Cacau em pó escasso desafia indústrias de chocolate a inovar na produção

Os fabricantes de chocolate enfrentam uma nova crise com a escassez de cacau em pó, que teve seu preço elevado em 16% nos Estados Unidos. A situação se agrava após os altos custos da manteiga de cacau, levando empresas a buscar alternativas para contornar a falta do ingrediente.

O cacau em pó, essencial em produtos como misturas para bolos e shakes de proteína, está sendo negociado a quase US$ 9.000 a tonelada, próximo ao recorde histórico. Na Europa, os preços superam US$ 10.000 a tonelada, refletindo uma crise global que afeta os lucros dos principais fabricantes, como Mars e Hershey.

Estratégias das Empresas

Para lidar com a escassez, as empresas estão adotando táticas como a redução do tamanho das barras de chocolate e a adição de ingredientes como nozes. A chocolatier artesanal Raaka, por exemplo, relata que os custos do cacau em pó triplicaram, dificultando a produção de novos produtos.

A demanda por cacau em pó aumentou, especialmente após a indústria alimentar ter que substituir a manteiga de cacau, que representa 20% do peso de uma barra de chocolate. Os substitutos à base de óleos vegetais não conseguem replicar a cor e o sabor da manteiga, forçando os confeiteiros a usar mais cacau em pó.

Alternativas Emergentes

Com a escassez, surgem alternativas como o pó de alfarroba e um novo produto à base de trigo desenvolvido pela Ardent Mills. Este último pode substituir até 50% do cacau em produtos de panificação, permitindo que empresas explorem novas receitas.

Além disso, algumas marcas estão promovendo produtos que priorizam sabores como caramelo e baunilha, reduzindo a dependência do cacau. Essa mudança pode resultar em biscoitos mais leves e menos intensos em chocolate, mas ainda é necessário o uso de cacau para garantir a cor e a textura adequadas.

A situação atual sugere que os preços do cacau em pó devem permanecer elevados, com a produção na Europa e América do Norte em queda. A crise do cacau continua a impactar tanto os fabricantes quanto os consumidores, que enfrentam produtos menores e mais caros.