Pistache se torna tendência e eleva preço do alfajor na Argentina

A Argentina está vivenciando um crescimento notável na produção de pistache, especialmente na província de San Juan, que concentra cerca de 90% das áreas cultivadas do país. Nos últimos cinco anos, a produção local aumentou em mais de 500%, refletindo a crescente demanda por esse produto.

Recentemente, a popularidade do pistache disparou, impulsionada pelo chamado "chocolate de Dubai" nas redes sociais. Essa tendência levou marcas de sorvete e chocolate a lançarem novos produtos, resultando em vendas recordes e uma escassez de fornecimento. Christian Otero, fundador da Lucciano’s, destacou que 30% dos sabores de sua sorveteria contêm pistache, e a empresa já comprou 100.000 quilos do produto nacional.

Entretanto, a demanda crescente está gerando tensões na cadeia de suprimentos. O preço do pistache, que historicamente variava entre US$ 18 e US$ 22, agora pode chegar a US$ 40. Otero mencionou que a empresa precisou fazer um estoque antecipado para garantir o fornecimento. Na Havanna, a situação é semelhante; desde o lançamento do alfajor de pistache, a empresa vendeu 320.000 unidades, mas enfrenta dificuldades para manter o estoque.

Crescimento e Desafios

O Instituto Nacional de Tecnologia Agrícola (INTA) aponta que San Juan é a principal produtora de pistache, com 6.500 hectares cultivados. Outras províncias, como Mendoza e La Rioja, também contribuem, mas em menor escala. A Pistacho de Los Andes, um dos principais produtores, aumentou sua área plantada de 75 para 300 hectares desde sua fundação em 1998.

Marcelo Nemirovsky, diretor da Pistacho de Los Andes, afirmou que a produção de pistache é um investimento de longo prazo, com um ciclo produtivo que pode durar até 50 anos. Apesar dos altos custos e da demanda crescente, ele acredita que o pistache se consolidou como uma fruta muito procurada, especialmente por suas propriedades nutricionais.