16 de jul 2025
Vendas em leilões globais caem 6% no primeiro semestre de 2025, aponta relatório
Vendas de leilão de arte caem, mas número de lotes vendidos aumenta. Garantias dominam o mercado em meio à incerteza econômica.

A obra Miss January, de Marlene Dumas (1997), foi vendida por US$ 13,6 milhões com taxas em maio e teve uma garantia de terceiro. (Foto: Christie’s Images Ltd. 2025)
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Queda Moderada nas Vendas de Leilão de Arte em 2025
O mercado global de leilões de arte apresentou uma queda moderada de 6,2% nas vendas no primeiro semestre de 2025, segundo dados da ArtTactic. Apesar da diminuição, o número de lotes vendidos aumentou em 1,3% em comparação ao ano anterior. A incerteza econômica, impulsionada por tarifas e outros fatores de risco, continua a impactar o setor.
As vendas de arte contemporânea foram as mais afetadas, com uma redução de 19,3%, totalizando US$ 1,22 bilhão. Em contraste, as vendas de arte impressionista e moderna caíram 7,7%, enquanto os itens de luxo mantiveram-se quase estáveis, com uma leve queda de 0,5% para US$ 805,9 milhões. O aumento nas vendas de design e artes decorativas foi notável, com um crescimento de 20,4%.
Garantias e Aversão ao Risco
A predominância de garantias nos leilões se tornou evidente, especialmente para obras de artistas contemporâneos. No primeiro semestre, 72,9% das obras vendidas em leilões noturnos em Nova York, Londres e Hong Kong contaram com garantias, o maior índice desde 2016. Lindsay Dewar, COO da ArtTactic, destacou que essa tendência reflete uma aversão ao risco no mercado, onde os vendedores preferem garantir suas obras antes da venda.
Obras de alto valor, como a cadeira elétrica de Andy Warhol e o busto de Alberto Giacometti, não conseguiram encontrar compradores, o que contribuiu para a queda nas vendas de arte contemporânea. Dewar observou que, em tempos de incerteza, muitos vendedores optam por reter suas obras mais valiosas, o que limita a oferta de lotes de alto preço.
Mudanças no Comportamento de Compra
A análise da ArtTactic também revelou uma mudança no comportamento dos compradores. Em um mercado incerto, muitos optam por investir em artistas com histórico consolidado, em vez de novos talentos. Dewar comentou que a percepção de segurança em obras de artistas estabelecidos pode influenciar decisões de compra.
Embora as vendas online tenham registrado uma queda de 10% em valor, o número de lotes vendidos por meio dessas plataformas cresceu 12,9%. A confiança dos compradores em transações online aumentou, em parte devido à pandemia de Covid-19, que facilitou a aceitação de leilões virtuais.
Para o segundo semestre de 2025, espera-se que as garantias desempenhem um papel crucial na atração de consignações, ajudando a mitigar a aversão ao risco e a incentivar a confiança no mercado de arte.
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