Padre é investigado por agredir fiel durante missa no interior de São Paulo

O padre João José Bezerra, de 42 anos, conhecido como o primeiro sacerdote brasileiro faixa-preta de jiu-jitsu, está sendo investigado por agressão a uma mulher de 62 anos durante um exorcismo. O incidente ocorreu na última quinta-feira, 7 de agosto, na Paróquia Nossa Senhora Consolata, em São Manuel, interior de São Paulo. Durante a missa, Bezerra se apresentou como "exorcista" e, segundo relatos, agrediu a fiel com tapas, chutes e puxões de cabelo.

A vítima, que estava deitada no chão durante o ritual, afirmou que o padre iniciou as agressões quando ela começou a manifestar um "espírito maligno". A irmã da mulher, presente no local, relatou que a intervenção de outros fiéis foi necessária para interromper a ação. Após o ocorrido, a mulher foi atendida na Santa Casa, onde exames revelaram hematomas no rosto, cabeça e ombro.

Ação da Arquidiocese

A Arquidiocese de Botucatu, à qual Bezerra está vinculado, classificou o episódio como "absolutamente incompatível" com a missão da Igreja. O arcebispo Dom Maurício Grotto de Camargo pediu desculpas à família da vítima e informou que a instituição está custeando as despesas médicas. Além disso, um procedimento interno foi instaurado para apurar as alegações.

O caso foi registrado como lesão corporal e encaminhado ao Juizado Especial Criminal. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que o depoimento do padre e de testemunhas foi coletado, e imagens do incidente estão sendo analisadas. A Arquidiocese destacou que não possui sacerdotes designados como exorcistas e que essa prática deve ser autorizada pelo bispo.

Com 17 anos de sacerdócio, João Bezerra, que também é vice-campeão mundial de jiu-jitsu, enfrenta sérias acusações que podem impactar sua carreira e a confiança da comunidade religiosa.