Elite clubes enfrentam desafios para treinar em meio ao calendário apertado de jogos

O crescente número de jogadores e treinadores solicitando a redução do intenso calendário de jogos do futebol tem gerado discussões sobre como essa carga afeta o treinamento e a prevenção de lesões nas equipes de elite. O técnico do Arsenal, Mikel Arteta, destacou que a equipe treina menos do que nunca, afirmando que "não há tempo para treinamento". Ele enfatizou que a falta de preparação muscular aumenta o risco de lesões, especialmente em um cenário onde os jogadores enfrentam jogos a cada três dias.

A situação é preocupante, especialmente para clubes como o Arsenal e o Tottenham, que enfrentaram uma série de lesões em jogadores-chave. Brighton lidera a lista de lesões na Premier League, com 33 ocorrências nesta temporada. A análise de Arteta se desvia do debate habitual sobre a quantidade de treinamento, focando na necessidade de um equilíbrio entre jogos e recuperação para evitar lesões.

A FIFPro, sindicato global dos jogadores, revelou que 88% dos especialistas em desempenho acreditam que os atletas não deveriam participar de mais de 55 partidas por temporada. Além disso, a entidade recomenda um período de descanso de pelo menos 28 dias entre as temporadas. No entanto, a Premier League de 2024-25 não incluiu uma pausa no inverno, resultando em um calendário apertado que exige que equipes joguem até 21 partidas em um período de 75 dias.

Os desafios do calendário atual exigem que os clubes adaptem suas estratégias de treinamento. Profissionais de desempenho destacam a importância de um treinamento que equilibre a carga física e a recuperação. A utilização de tecnologias como GPS e análises de dados permite que as equipes monitorem o desempenho e o risco de lesões de forma mais precisa. A abordagem de "microdosagem" de exercícios de força tem sido adotada para manter os jogadores em forma sem sobrecarregá-los, enquanto a ênfase em programas de movimento visa melhorar a mecânica e a estabilidade das articulações.