Torcedores de Milan e Inter são condenados por crimes de organização e homicídio

Torcedores organizados dos clubes Inter de Milão e Milan foram condenados a penas de até 10 anos de prisão por crimes como organização criminosa e assassinato. A decisão foi anunciada nesta terça-feira, após uma investigação sobre atividades ilegais em torno do estádio San Siro. Um total de 16 pessoas foram julgadas, resultando em sentenças que somam 90 anos.

Os crimes ocorreram em dias de jogos e incluíram desde a venda de ingressos até o controle de estacionamento e a cobrança de pagamentos para permitir a entrada de torcedores sem bilhetes. Andrea Beretta, ex-líder dos ultras da Inter, recebeu a pena mais severa. Ele foi considerado culpado de assassinato e conspiração criminosa, após esfaquear até a morte Antonio Bellocco, um membro influente do grupo ultra e ligado à máfia 'Ndrangheta.

Conflitos e Disputas

Beretta também está envolvido no assassinato do ultra criminoso Vittorio Boiocchi, ocorrido em outubro de 2022. Ele assumiu o controle da seção "Curva Nord" do San Siro após a morte de Boiocchi, que foi alvo de um ataque a tiros. A disputa entre facções rivais tem gerado um ambiente de violência crescente entre os torcedores.

Além de Beretta, Luca Lucci, principal torcedor ultra do Milan, foi condenado a 10 anos por planejar a tentativa de assassinato de um rival. Seu parceiro, Daniele Cataldo, também recebeu a mesma pena. O julgamento foi realizado sob o procedimento conhecido como "rito abbreviato", que permite uma resolução mais rápida dos casos.

Implicações Legais

Os clubes Inter e Milan não foram acusados diretamente, mas foram considerados réus civis, recebendo 50 mil euros cada como parte prejudicada no processo. O caso destaca a persistente violência associada aos grupos ultra no futebol italiano, refletindo uma realidade preocupante que continua a desafiar as autoridades.