15 de mar 2025
Racismo no futebol: Luighi clama por mudanças e questiona ‘até quando?’
O jogador Luighi, do Palmeiras, foi alvo de racismo em jogo da Libertadores Sub 20. O Cerro Porteño, clube paraguaio, foi multado em R$ 50 mil e punido. A reação de Luighi, em lágrimas, destaca a urgência do combate ao racismo. A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, pediu ações severas contra a discriminação. Especialistas afirmam que o futebol reflete problemas sociais mais amplos e urgentes.
UMA VOZ - O jogador Luighi, do sub-20 do Palmeiras, ao microfone da imprensa: o choro como alerta (Foto: Reprodução)
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Em um intervalo de mais de dez anos, o futebol brasileiro vivenciou dois episódios marcantes de racismo. O primeiro ocorreu em agosto de 2014, quando o goleiro Aranha, do Santos, interrompeu uma partida contra o Grêmio para relatar gritos racistas da torcida adversária. Recentemente, durante um jogo da Libertadores Sub-20 entre Cerro Porteño e Palmeiras, o jogador Luighi foi alvo de ofensas raciais e cusparadas, resultando em lágrimas e indignação. Ambos os clubes enfrentaram punições: o Grêmio foi eliminado da competição e o Cerro Porteño multado em 50 mil dólares, além de ter que fechar os portões e implementar campanhas antirracismo.
Apesar das punições, a reação da sociedade tem sido considerada insuficiente diante da gravidade do racismo no esporte. A situação de Luighi, ao chorar após o jogo, simboliza a urgência do problema. Em sua declaração, ele questionou: “Até quando vamos passar por isso?”, refletindo a frustração de muitos diante da repetição de tais incidentes. A postura de figuras como o treinador Carlo Ancelotti, que também se recusou a falar sobre futebol após um caso de racismo, destaca a necessidade de priorizar a discussão sobre discriminação.
As reações a esses casos incluem notas de apoio do Palmeiras e manifestações de outros clubes e da Conmebol, que expressou decepção e anunciou medidas disciplinares, embora detalhes sobre essas ações não tenham sido divulgados. O antropólogo Thales Vieira enfatizou que é inadmissível que um jogador saia de campo chorando por causa da cor de sua pele, pedindo punições severas para os responsáveis e responsabilização dos clubes.
A presidente do Palmeiras, Leila Pereira, também se manifestou, ressaltando que mudanças não ocorrem apenas por boa vontade. A necessidade de tratar o racismo com seriedade é comparada ao combate aos hooligans na Inglaterra nas décadas de 1980 e 1990. Neilton Ferreira Júnior, organizador do livro "Racismo e Esporte no Brasil", destacou que a administração de casos de discriminação no futebol deve estar conectada às questões políticas mais amplas. O apelo de Luighi, “É sério? Até quando?”, ressoa como um chamado à ação efetiva contra o racismo nas arquibancadas.
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