Prevenção de lesões: dicas essenciais para corredores de rua no Brasil

O Brasil conta com aproximadamente 13 milhões de corredores de rua, segundo o relatório anual da Associação Brasileira de Corridas de Rua, em parceria com a Ticket Sports, divulgado em 2024. O país ocupa o segundo lugar no ranking do Strava, um aplicativo global de registro de exercícios. Em comparação ao ano anterior, houve um aumento de 52% na participação de grupos de corrida, totalizando cerca de 80 milhões de pessoas. As mulheres se destacam como protagonistas nos clubes registrados na plataforma.

Entretanto, a infraestrutura urbana apresenta desafios significativos para os corredores. Um levantamento realizado pelo Instituto Corrida Amiga em 2018 revelou que áreas próximas a escolas e hospitais enfrentam problemas como buracos e calçadas irregulares. A arquiteta Eva Pacheco destacou que o planejamento desestruturado resulta em desníveis nas ruas, dificultando a prática segura do esporte. Além disso, o uso de concreto nas vias pode prejudicar as articulações dos corredores, criando uma falsa sensação de conforto.

As lesões são uma preocupação constante entre os corredores, especialmente quando a atividade física é realizada sem preparação adequada. As principais lesões incluem cãibras musculares, joanetes, dor no quadril, inflamação na canela, tendinopatias e fraturas. Douglas Melo, presidente da ATC São Paulo, enfatiza a importância do fortalecimento muscular e do descanso para prevenir essas condições. Um estudo de 1993 revelou que mais de 90% das lesões são causadas por estiramentos musculares, reforçando a necessidade de cuidados preventivos.

As assessorias e grupos de corrida desempenham papéis distintos no desenvolvimento dos atletas. As assessorias, compostas por profissionais de saúde, oferecem suporte completo e são fundamentais para a evolução física e psicológica dos corredores. Em contraste, os grupos de corrida são mais informais e podem carecer de orientação profissional. De acordo com a Ticket Sports, 89,3% dos atletas participaram de eventos grupais, e 53,8% fazem parte de um grupo para se exercitar, destacando a importância do monitoramento profissional para garantir uma prática segura e eficaz.