Homens buscam autoconhecimento e cura emocional em retiros de neotantra em SP

Grupos de homens, principalmente gays, têm buscado o curso "Body&Heart" para lidar com questões emocionais e de sexualidade. O programa, mediado por Daniel Bittar, oferece experiências de autoconhecimento em retiros que custam entre R$ 2.500 e R$ 20 mil. As atividades incluem sessões individuais e descontos para grupos marginalizados.

Os retiros ocorrem em uma casa de 600 m² no bairro Sumarezinho, em São Paulo, e em um espaço maior em Ilhabela. O ambiente é descrito como um refúgio, longe do estresse urbano, onde os participantes trabalham traumas relacionados à infância, sexualidade e autoestima. Bittar, que se identifica como facilitador de retiro, deixou a carreira de produtor de cinema em 2019 para se dedicar a essas práticas.

O curso utiliza o neotantra, uma adaptação de práticas espirituais indianas, para ajudar os participantes a ressignificarem suas experiências. Bittar explica que o neotantra envolve energia sexual e meditação, permitindo que os homens aprendam a canalizar essa energia para diversas áreas da vida. O retiro mais recente, realizado em maio, recebeu um grupo de oito pessoas, que participaram de rituais e exercícios de desconstrução da relação com a sexualidade.

Os participantes relatam que o curso ajuda a romper padrões de hiperssexualização e a valorizar o afeto. O psicólogo Rodrigo Mattos destaca que a abordagem acolhedora do curso permite que homens gays explorem suas vulnerabilidades. Mário Frazão, um dos participantes, buscou o retiro após um término difícil e encontrou uma nova forma de se conectar com sua libido e emoções.

Bittar enfatiza que o foco do retiro não é a sexualidade, mas sim o afeto e a conexão emocional. Embora a excitação possa ocorrer, o objetivo é aprender a direcionar essa energia de forma construtiva. Os preços dos retiros variam, com pacotes em Ilhabela chegando a R$ 20 mil. Há também sessões individuais que custam entre R$ 900 e R$ 1.500. Descontos de até 80% são oferecidos para grupos marginalizados, como negros e pessoas não binárias.