Lifestyle

Sucesso e felicidade: a busca pela mediocridade virtuosa na vida moderna

A busca incessante por sucesso pode gerar ansiedade e insatisfação. A verdadeira felicidade reside na mediocridade virtuosa, defendida por Aristóteles e Marco Aurélio.

Fotos: Alexandre (2004); Psicopata Americano (2000) (Foto: Reprodução)

Fotos: Alexandre (2004); Psicopata Americano (2000) (Foto: Reprodução)

Ouvir a notícia

Sucesso e felicidade: a busca pela mediocridade virtuosa na vida moderna - Sucesso e felicidade: a busca pela mediocridade virtuosa na vida moderna

0:000:00

A percepção de sucesso está passando por uma transformação significativa. Em um contexto onde fama e riqueza dominam a definição de sucesso, filósofos como Aristóteles e Marco Aurélio defendem uma visão alternativa, centrada na mediocridade virtuosa. Essa reavaliação surge em resposta à cultura da correria, que gera ansiedade e esgotamento.

A definição tradicional de sucesso, segundo a Real Academia Espanhola (RAE), é o “resultado feliz de uma ação”. No entanto, essa noção se distorceu, associando-se a uma lógica de trabalho tóxica e ao medo do fracasso. Jovens da geração Y relatam que essa cultura confunde ocupação com produtividade, levando a um vazio existencial.

A mediocridade virtuosa

Historicamente, a palavra "mediocridade" não tinha conotação negativa. Aristóteles, em sua obra “Ética a Nicômaco”, introduziu o conceito de mesotes, ou "justo meio", como um equilíbrio entre extremos. Para ele, a verdadeira felicidade, ou eudaimonia, está em viver uma vida guiada pela virtude, não pela busca incessante de riquezas.

Marco Aurélio, em “Meditações”, compartilha essa visão, enfatizando que a virtude não se resume a conquistas grandiosas, mas sim ao cultivo da paz interior. Essa perspectiva sugere que o verdadeiro sucesso reside na moderação e na busca por uma vida equilibrada.

A roda da insatisfação

A teoria da esteira hedônica explica que nos adaptamos rapidamente a prazeres e dores, levando a uma busca constante por mais. Essa insatisfação gera ansiedade e frustração, especialmente em um sistema capitalista que valoriza conquistas externas. Jamie Ducharme, da revista Time, destaca que a mensagem implícita é que devemos alcançar grandes feitos a qualquer custo.

A felicidade hedônica, ligada à obtenção de prazer, contrasta com a felicidade eudaimônica, que busca satisfação interna. A mediocridade virtuosa, entendida corretamente, pode levar a uma vida plena, sem colocar o sucesso como o centro da existência.

Caminhos para a realização

A solução para essa insatisfação pode estar em repensar o conceito de sucesso e felicidade. A professora Marina van Zuylen, em seu livro “In Praise of Minor Virtues”, sugere que devemos valorizar as pequenas ações cotidianas e as virtudes discretas. Essa abordagem pode nos ajudar a encontrar uma excelência em tom menor, levando a uma vida mais satisfatória.

A verdadeira felicidade, segundo a pesquisa da Universidade de Harvard, reside na qualidade dos relacionamentos. Portanto, a busca por uma mediocridade consciente e tranquila pode ser o caminho para o bem-estar, alinhando-se à visão clássica de uma vida boa, modesta e equilibrada.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela