Revolução no vinho: Gaël Petit transforma Tavel com rosés excepcionais

À Tavel, a área de denominação abrange 900 hectares, onde a produção de vinhos de qualidade é escassa, mas excepcional. Os rosés elaborados por Gaël Petit, no domaine Moulin-La-Viguerie, destacam-se pela profundidade da cor e um final com notas anizadas. Essa transformação na vinificação, impulsionada pela amizade com Éric Pfifferling, do domaine de l’Anglore, permitiu a Petit explorar sua criatividade e liberdade, resultando em vinhos com elegância e luminosidade únicos, especialmente nas safras de 2021, 2022 e 2023.

A cuvée Postérité 70 2021, composta por grenache, cinsault, bourboulenc, mourvèdre, carignan e clairette, é uma das recomendações imperdíveis. Após anos de pesquisa e dedicação, os rosés de gastronomia de Petit evocam a tradição de seu avô, Aimé Roudil, que foi presidente da denominação durante a criação das primeiras AOC viticulturais da França. Petit destaca a riqueza dos terroirs de Tavel, com uma diversidade de solos que inclui rochas calcárias, argilas e galets.

O grenache é a uva predominante na região, mas Tavel se beneficia de uma ampla gama de variedades, refletindo a viticultura da Vallée du Rhône. Gaël Petit cultiva nove variedades diferentes, evitando usar mais de 60% de uma única uva em suas misturas. Ele defende uma abordagem que valoriza a diversidade, citando o microbiologista Marc-André Selosse sobre a importância de misturar as uvas para proteger as vinhas de doenças.

A cuvée Les Falaises de Braise, que homenageia o escritor Ernst Jünger, é um exemplo do compromisso de Petit com a qualidade. Sua sala de degustação, repleta de livros, reflete seu caráter intelectual. A frase "em um grande vinho, sempre reside a lembrança de uma era dourada" encapsula a filosofia de Petit, que busca criar vinhos que não apenas encantem, mas também contem histórias.