São Paulo celebra o título de 'Cidade Árvore do Mundo' após tragédia com queda de árvore

Um taxista faleceu no centro de São Paulo na quarta-feira, 12, após uma árvore cair sobre seu veículo durante um temporal. O incidente ocorreu horas depois que a cidade recebeu, pelo quarto ano consecutivo, o título de "Cidade Árvore do Mundo", concedido pela Arbor Day Foundation e pela FAO, em reconhecimento à preservação da vegetação urbana. O Corpo de Bombeiros registrou 217 chamados relacionados a quedas de árvores, incluindo a queda de um chichá de aproximadamente 200 anos no Largo do Arouche, que não causou vítimas. Críticas à administração do prefeito Ricardo Nunes (MDB) surgiram, com parlamentares do PSOL acionando o Ministério Público por improbidade administrativa, alegando falta de manutenção.

O temporal também causou danos significativos, como a destruição de dois carros e parte do teto de um restaurante. Ventos de até 61 km/h foram registrados, e especialistas alertam que a ocupação inadequada do espaço ao redor das árvores contribui para as quedas. O agrônomo Demóstenes Ferreira da Silva Filho destacou que o desenvolvimento das raízes é comprometido nas calçadas, tornando as árvores vulneráveis a fungos e apodrecimento. Um estudo revelou que 46% das quedas de árvores são causadas por galhos, seguidos por raízes (33%) e troncos (21%).

Pesquisas indicam que a altura dos prédios e a idade dos bairros influenciam o risco de quedas. Em áreas com edificações de cinco andares ou mais, o risco é dobrado. O arquiteto Valter Caldana enfatizou a necessidade de manutenção contínua das árvores, sugerindo que a prefeitura implemente um sistema de informação geográfica para monitorar as árvores individualmente. A Secretaria Municipal das Subprefeituras informou que, em 2023, 23.590 árvores foram podadas e 2.835 removidas, além de 3.203 árvores com poda pendente pela Enel. A prefeitura se comprometeu a agir em casos de árvores em contato com a rede elétrica.