27 de jun 2025


Sabesp reconhece lançamento de esgoto sem tratamento no Rio Tietê
Sabesp despeja esgoto sem tratamento no Rio Tietê, levantando preocupações ambientais e de saúde pública na Zona Norte de São Paulo.

Tubulação da Sabesp. (Foto: Reprodução/ TV Globo)
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A Sabesp está despejando 216 milhões de litros de esgoto sem tratamento por dia diretamente no Rio Tietê, na Zona Norte de São Paulo. A medida foi adotada para esvaziar uma tubulação rompida na Marginal Tietê, que causou afundamentos na pista e interdição da via. O despejo ocorre entre as pistas local e central, em frente à Avenida Engenheiro Caetano Álvares.
Imagens da TV Globo mostram um líquido escuro e com forte odor sendo lançado continuamente de tubulações conectadas a bombas de grande porte. O engenheiro Amauri Pollachi, com 30 anos de experiência na Sabesp, alerta que essa prática pode ser considerada um crime ambiental. Ele explica que o colapso da tubulação, um interceptor de esgoto, interrompeu o fluxo de dejetos de bairros como Vila Maria e Santana, que normalmente são direcionados para a estação de tratamento em Barueri.
Problemas Estruturais
O problema teve início há mais de um mês, quando a tubulação de grande porte rompeu, levando ao afundamento da pista em dois momentos. Para evitar o transbordamento, a Sabesp decidiu bombear os dejetos para o Córrego Mandaqui, que deságua no Rio Tietê. Pollachi critica a decisão, afirmando que alternativas menos prejudiciais ao meio ambiente poderiam ter sido adotadas, como a instalação de uma nova tubulação em paralelo.
A Sabesp confirmou que a manobra foi necessária para permitir o diagnóstico e reparo da rede subterrânea. A companhia enfatizou que essa é a única alternativa técnica viável para a execução das obras no local. A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), que não foi notificada previamente sobre o despejo, realizou uma vistoria e identificou o lançamento de esgoto, prometendo notificar a Sabesp.
Histórico de Interdições
A cratera na Marginal Tietê completou um mês no dia 11 de junho. O buraco foi inicialmente aberto em 10 de abril, levando à interdição da pista central. Após reparos, o trânsito foi liberado em 14 de maio, mas a cratera reapareceu no mesmo local. A Sabesp identificou instabilidade no solo e utilizou concreto para estabilizar a área, com previsão de aumento na quantidade de material utilizado.
Os reparos na tubulação danificada ainda não têm prazo definido para conclusão. A situação continua a gerar preocupações sobre os impactos ambientais e a saúde pública na região.
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