Conflito no Alemão e na Penha deixa mortos e cenário de destruição em comunidades cariocas

Imagens aéreas divulgadas pelo Jornal Nacional revelam as táticas de guerrilha utilizadas por traficantes no Complexo do Alemão durante uma megaoperação policial realizada na manhã de sexta-feira, 24 de janeiro de 2024. Os confrontos resultaram em cinco mortes e vários feridos, incluindo um policial do Batalhão de Choque, que permanece internado em estado grave após ser atingido na cabeça. Entre as vítimas fatais estão um jardineiro de 35 anos e um idoso de 67 anos, ambos atingidos por balas perdidas enquanto realizavam atividades cotidianas.

A operação, parte da Operação Torniquete, visava combater o roubo de veículos e cargas na região. Durante os confrontos, os criminosos dispararam milhares de tiros, enquanto a polícia tentava avançar nas comunidades. Um homem armado com um fuzil foi visto coordenando os traficantes, que se posicionaram em becos e vielas. A ação policial resultou na apreensão de cerca de uma tonelada de drogas e na descoberta de um desmanche de veículos roubados na comunidade da Fazendinha.

Uma jovem de 18 anos também foi ferida de raspão na cabeça enquanto estava em casa com seu filho adotivo. Ela relatou que o tiro atravessou a parede, evidenciando a gravidade da situação enfrentada pelos moradores. O clima de pânico se espalhou pela comunidade, com vídeos mostrando danos significativos em residências e veículos, além de moradores clamando por paz durante os intensos tiroteios.

A morte do jardineiro Carlos André Vasconcelos, que trabalhava no Instituto de Matemática Pura e Aplicada, gerou comoção entre familiares e amigos. Ele deixa dois filhos e uma esposa que enfrenta tratamento de saúde. A operação, que mobilizou mais de 500 agentes, continua a ser alvo de críticas, com a Comissão de Direitos Humanos da Alerj solicitando transparência sobre os protocolos utilizados, ressaltando que ações sem planejamento estratégico apenas agravam a violência urbana.