24 de fev 2025
Polícia Federal e MP-SP desmantelam esquema de lavagem de dinheiro do PCC por fintechs
A Operação Hydra prendeu o policial Cyllas Salerno Elia Júnior, CEO da 2GO Bank. Investigações revelam lavagem de R$ 30 milhões para o PCC usando fintechs. Vinicius Gritzbach, delator assassinado, denunciou ligações entre policiais e o PCC. Fintechs como 2GO e Invbank facilitavam transações ilegais, ocultando a origem do dinheiro. Justiça bloqueou R$ 27,9 milhões e suspendeu atividades das fintechs investigadas.
Vinícius Gritzbach durante reunião com o Ministério Público em julho de 2024. (Foto: Reprodução)
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O Ministério Público de São Paulo denunciou doze pessoas por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital (PCC), incluindo oito policiais civis, dois deles delegados. Os crimes incluem lavagem de dinheiro, tráfico e corrupção. O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) revelou que os acusados usavam a estrutura do Estado para beneficiar a facção criminosa, desviando investigações e garantindo a impunidade de criminosos. O MP também solicitou o bloqueio de R$ 40 milhões em bens, alegando danos causados pelos crimes.
A Operação Hydra, deflagrada pela Polícia Federal, visou fintechs que lavavam dinheiro para o PCC, com foco no policial civil Cyllas Salerno Elia Júnior, fundador da 2GO Bank. Ele já havia sido preso anteriormente por desvio de R$ 4 bilhões. A investigação, iniciada após a delação de Vinícius Gritzbach, revelou que a fintech era utilizada para movimentar dinheiro de atividades ilícitas, como a compra de imóveis de luxo. Gritzbach, assassinado em 2023, afirmou que a 2GO facilitava transações financeiras anônimas.
A operação resultou na prisão de Elia Júnior e em dez mandados de busca e apreensão em São Paulo, Santo André e São Bernardo do Campo. A Justiça bloqueou R$ 27,9 milhões em contas bancárias e suspendeu as atividades da 2GO e da Invbank, outra fintech envolvida. As investigações indicam que as empresas eram usadas para disfarçar a origem de recursos ilícitos, principalmente do tráfico de drogas, e facilitar a compra de imóveis.
Além disso, a PF investiga beneficiários do Bolsa Família que realizaram transações com a 2GO. Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontaram movimentações suspeitas, incluindo transferências que totalizaram R$ 345,6 mil em seis meses. A operação busca determinar se esses beneficiários estão envolvidos em atividades criminosas ou se foram vítimas de fraudes. A 2GO Bank, fundada em 2020, já havia sido alvo de investigações por facilitar movimentações financeiras de origem duvidosa.
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