Cruzes colocadas na Praia de Copacabana no Dia Internacional da Mulher, em 2023, em protesto contra o feminicídio. (Foto: Márcia Foletto)

Cruzes colocadas na Praia de Copacabana no Dia Internacional da Mulher, em 2023, em protesto contra o feminicídio. (Foto: Márcia Foletto)

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Março traz alarmantes dados sobre violência contra mulheres no Brasil - Março traz alarmantes dados sobre violência contra mulheres no Brasil

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Em março de 2024, mês dedicado às mulheres, os dados sobre violência de gênero no Brasil são alarmantes. Segundo a Rede de Observatórios de Segurança, treze mulheres foram vítimas de violência diariamente no ano passado nos estados de Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Pernambuco e Piauí. O número total de 531 feminicídios indica que, a cada 17 horas, uma mulher é assassinada em razão de seu gênero. A pesquisa do Datafolha, realizada entre 10 e 14 de fevereiro, revelou que 37,5% das mulheres entrevistadas sofreram algum tipo de violência no ano anterior, um aumento significativo em relação a 2017, quando esse índice era de 28,6%.

Os dados mostram que a violência é frequentemente perpetrada por pessoas próximas, com 75,3% dos casos envolvendo parceiros ou ex-parceiros. Embora a Bahia e Pernambuco tenham registrado uma queda nos índices de violência, a maioria dos estados monitorados viu um aumento. A coordenadora do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares, Edna Jatobá, aponta que, apesar dos avanços legais, como a Lei Maria da Penha, a proteção às mulheres ainda é insuficiente. A pesquisa também destaca que 84,2% das vítimas de violência sexual eram menores de idade, evidenciando a gravidade da situação.

Além da violência física, as mulheres enfrentam desigualdades socioeconômicas que agravam sua vulnerabilidade. O Ministério do Desenvolvimento Social informou que 1,3 milhão de lares beneficiados pelo Bolsa Família ainda vivem em situação de pobreza, dificultando o acesso a alimentos. As mulheres, que muitas vezes são chefes de família, enfrentam taxas de desemprego mais altas e jornadas de trabalho extenuantes, acumulando funções remuneradas e tarefas domésticas. A nova medida provisória que institui o Crédito ao Trabalhador, embora positiva, não atende a todos, especialmente os trabalhadores informais, que representam 38,8% da população ocupada.

Os dados de violência contra a mulher em 2024 revelam um cenário preocupante. Em São Paulo, foram registrados 1.177 casos de violência, um aumento de 12,4% em relação ao ano anterior. O estado também contabilizou 144 feminicídios, com a maioria dos crimes cometidos por parceiros. No Rio de Janeiro, o aumento foi de 1,9%, com 633 casos de violência, enquanto o Maranhão e o Pará apresentaram crescimentos significativos nos índices de violência de gênero. A situação exige atenção urgente e políticas públicas eficazes que considerem a perspectiva de gênero para enfrentar essa grave questão social.

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