José Bretón, durante a recriação do dia em que desapareceram seus filhos, em 2011. (Foto: Francis Vargas)

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Luisgé Martín e a controvérsia sobre o ‘true crime’ na literatura e na mídia - Luisgé Martín e a controvérsia sobre o ‘true crime’ na literatura e na mídia

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A recente lista da revista Cosmopolitan, que destaca os 94 melhores documentários de crimes reais disponíveis na Netflix, reflete a crescente popularidade desse gênero. Com centenas de lançamentos anuais, a plataforma oferece uma vasta gama de conteúdos, incluindo produções que exploram casos notórios, como o de José Bretón, abordado no documentário La mirada del diablo. Além disso, a proliferação de podcasts e programas de televisão dedicados a crimes reais, como Crims, de Carles Porta, evidencia o apetite do público por narrativas que investigam o lado sombrio da natureza humana.

Entretanto, a recente controvérsia envolvendo o escritor Luisgé Martín, autor de El odio, um livro sobre o caso Bretón, gerou reações intensas. A obra, cuja distribuição está suspensa devido a uma ação judicial movida pela mãe das vítimas, levou a críticas direcionadas a Martín, que até então não havia escrito sobre crimes reais. A hipocrisia de comentaristas que consomem conteúdos semelhantes, mas atacam o autor, levanta questões sobre a moralidade na exploração de narrativas de crimes.

Luisgé Martín, conhecido por sua busca literária sobre o mal, defendeu seu trabalho, afirmando que a literatura deve ser avaliada por seu conteúdo e não por reações emocionais. A dor e a raiva da mãe das vítimas são compreensíveis, mas a responsabilidade pelo crime recai sobre Bretón, não sobre o autor que busca entender o fenômeno do mal. A discussão em torno de sua obra destaca a complexidade do debate sobre a ética na representação de crimes e suas consequências.

A situação revela um paradoxo na sociedade, onde muitos consomem avidamente histórias de crimes, mas criticam aqueles que tentam explorá-las de maneira literária. A polarização em torno de Martín e sua obra exemplifica como a sociedade lida com a dor e a exploração do crime, questionando quem realmente merece ser responsabilizado por essa dinâmica.

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