07 de mai 2025
Tragédia em Lake Turkana: mãe lamenta morte da filha em travessia clandestina
Tragédia no Lago Turkana: mãe chora a morte da filha de 14 anos durante travessia perigosa em rota de contrabando para o Quênia.
Senait Mebrehtu perdeu a filha no Lago Turkana no ano passado. (Foto: BBC)
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Mãe lamenta morte de filha em travessia perigosa no Lago Turkana
Uma mãe eritreia, Senait Mebrehtu, recordou a tragédia da morte de sua filha de 14 anos, que se afogou no Lago Turkana enquanto tentava chegar ao Quênia. A travessia, realizada por contrabandistas, é conhecida como a rota "digital" e tem se tornado comum entre migrantes que fogem de perseguições e conscrição militar.
Senait, que buscou asilo no Quênia há três anos, visitou o local onde sua filha, Hiyab, perdeu a vida. A jovem estava acompanhada da irmã, que sobreviveu ao naufrágio. Senait afirmou que, se soubesse dos perigos da travessia, não teria permitido que as filhas se arriscassem. Ela fugiu da Eritreia devido à perseguição religiosa e não pôde levar as filhas mais velhas na época.
Rota perigosa e contrabando
Os migrantes enfrentam uma jornada arriscada, que inclui uma viagem por terra e a travessia do lago. A contrabandista que opera na região confirmou que o Lago Turkana é cada vez mais utilizado para cruzar a fronteira. Ela recebe cerca de R$ 7,5 mil por cada migrante, um valor quatro vezes superior ao salário médio no Quênia.
A travessia é marcada por perigos, como o uso de barcos superlotados. Senait responsabilizou os contrabandistas pela morte de sua filha, afirmando que o barco estava sobrecarregado com mais de 20 pessoas. Durante a travessia, o barco de Hiyab virou, resultando na morte de sete migrantes.
Condições precárias e abusos
A situação dos migrantes é alarmante. Em julho de 2024, pescadores relataram ter visto corpos de migrantes flutuando no lago. A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) registrou 345 mil refugiados e solicitantes de asilo eritreus na África Oriental. Muitos buscam escapar da conscrição militar e da repressão política em seu país.
A contrabandista alertou sobre os riscos enfrentados por mulheres migrantes, que frequentemente são vítimas de abusos. Apesar dos perigos, muitos continuam a buscar uma vida melhor, utilizando o Quênia como ponto de passagem para outros países, como Uganda e Ruanda.
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