Idosos enfrentam longas filas e dificuldades para obter cartão de gratuidade

Longas Filas e Descaso na Retirada do Cartão Jaé

A implementação do cartão Jaé pela Prefeitura do Rio, que substituirá o Riocard, tem gerado longas filas e dificuldades para idosos que buscam o novo bilhete. Desde as primeiras horas da manhã, a situação nos postos de atendimento é crítica, com relatos de desmaios e falta de estrutura.

Na Cidade Nova, a fila para retirada do cartão já dobrava o quarteirão por volta das 10h. Idosos, expostos ao frio e ao sol, enfrentavam horas de espera sem atendimento prioritário. Juracy Cabral da Silva, de 74 anos, desmaiou enquanto aguardava sua vez. Ela relatou que já havia solicitado o cartão três vezes sem sucesso. A falta de assistência adequada e a ausência de água e sombra foram apontadas como problemas graves.

Críticas à Estrutura de Atendimento

Marli Peçanha, de 71 anos, também expressou sua frustração. Após receber uma mensagem informando que seu cartão estava pronto, ela se deslocou de Campo Grande, mas voltou para casa sem o bilhete. "Fiquei horas esperando na fila e não consegui retirar o cartão," lamentou. A indignação é compartilhada por outros idosos, que se sentem desamparados e humilhados.

A situação se agrava com a aproximação da data limite, 5 de julho, quando o uso do cartão Jaé se tornará obrigatório para beneficiários de gratuidade. A falta de integração com os transportes estaduais e a burocracia excessiva têm gerado desespero entre os que dependem do cartão para se deslocar.

Promessas de Melhoria

A Prefeitura reconheceu os problemas e prometeu melhorias. O secretário municipal de Envelhecimento Saudável e Qualidade de Vida, Felipe Michel, afirmou que a administração está ciente das falhas e que ações imediatas estão sendo cobradas. Entre as medidas estão a instalação de cadeiras e a distribuição de água nos postos de atendimento.

Apesar das promessas, a realidade nos postos de atendimento continua a ser de descaso. Idosos relatam que a transição para o novo sistema de bilhetagem, que deveria garantir dignidade, tem imposto humilhação e sofrimento. A prefeitura ainda não se manifestou sobre as dificuldades enfrentadas por esse público.