19 de jun 2025

Machosfera promove violência de gênero e misoginia nas redes sociais
Canais misóginos no YouTube no Brasil acumulam bilhões de visualizações enquanto feminicídios atingem quatro casos diários em 2024.

Foto: Reprodução
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A violência contra mulheres no Brasil tem se intensificado, refletindo um cenário alarmante. Em 2024, canais brasileiros no YouTube com conteúdo misógino acumularam 3,9 bilhões de visualizações, enquanto o país registrou quatro feminicídios por dia, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A misoginia, que se manifesta em diversas plataformas digitais, tem encontrado um terreno fértil nas redes sociais. Fóruns e comunidades online frequentemente promovem discursos de ódio e apologia a crimes, transformando discussões sobre comportamento em incitação à violência. O fenômeno, que antes se restringia a grupos anônimos, agora se espalha amplamente, atingindo um público considerável.
A Universidade Federal do Rio de Janeiro aponta que, em comparação com a década de 2010, a popularidade desse tipo de conteúdo cresceu exponencialmente. Naquela época, as discussões eram limitadas a círculos fechados, mas atualmente, a normalização da misoginia nas redes sociais tem contribuído para o aumento da violência contra as mulheres.
O que torna a machosfera tão atraente para os homens? Especialistas sugerem que a busca por validação e pertencimento em ambientes que reforçam estereótipos de gênero pode ser um fator. As autoridades, por sua vez, enfrentam o desafio de lidar com essa questão complexa, buscando estratégias para combater a violência e a disseminação de conteúdo nocivo.
O cenário atual exige uma reflexão profunda sobre as dinâmicas sociais e a responsabilidade das plataformas digitais. A luta contra a misoginia e a violência de gênero se torna cada vez mais urgente, à medida que os dados revelam a gravidade da situação no Brasil.
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