07 de jul 2025


Sinaloa vive a normalidade da violência e insegurança no dia a dia
Culiacán enfrenta crise de violência com 20 assassinatos recentes e desemprego crescente, afetando a vida de milhares de moradores.

As autoridades guardam o bairro Guadalupe Victoria após um confronto armado entre civis e membros da Guarda Nacional em 5 de junho em Culiacán. (Foto: José Betanzos Zárate / Cuartoscuro)
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Aumento da Violência em Culiacán
A violência em Culiacán, Sinaloa, atingiu níveis alarmantes, com um massacre recente que resultou na morte de 20 homens, quatro dos quais foram decapitados e expostos em uma ponte. Desde setembro de 2024, a insegurança tem gerado um clima de medo entre os moradores, levando ao fechamento de escolas e à paralisação de atividades comerciais.
Juan Ignacio, um comerciante local, perdeu seu emprego em uma cafeteria devido à crise econômica provocada pela violência. Ele recebeu ameaças relacionadas a dívidas fictícias, com a mensagem de que "os Chapitos precisam urgentemente" do dinheiro para continuar a guerra. Essa situação reflete a pressão crescente sobre os pequenos empresários da região, que enfrentam extorsões e violência.
Impacto na Comunidade
Na manhã do massacre, Juan leu sobre os corpos encontrados em uma caminhonete, o que o deixou angustiado. Ele se lembrou de um amigo que também foi vítima da violência e questionou o impacto emocional sobre as famílias das vítimas. "Como estão as mães e irmãs dos 20 homens? Já os identificaram?", indagou, refletindo sobre a dor que essas tragédias causam na comunidade.
O clima de terror se intensifica, e as festas e convívios sociais, antes comuns, agora foram substituídos pelo medo. O secretário de Governo, Feliciano Castro Meléndrez, evitou comentar sobre os assassinatos, enquanto o governador Rubén Rocha Moya minimizou a gravidade da situação, afirmando que a violência "já não é notícia". Em junho, Culiacán registrou 208 assassinatos e 80 desaparecimentos, os maiores números desde o início do conflito armado.
Desemprego e Insegurança
Juan, agora sem emprego, busca trabalho como motorista de aplicativo, mas limita suas atividades até as 23h devido à insegurança nas ruas. Ele se preocupa com sua família e a necessidade de sustentar os filhos em meio a essa crise. A situação econômica se agrava, com mais de 15 mil trabalhadores perdendo seus empregos durante esse período de violência.
A presidente da Câmara de Empregadores, Martha Reyes, alertou que a recuperação econômica pode levar de cinco a dez anos, caso a violência diminua. A cidade, que já foi um polo agrícola, agora enfrenta um futuro incerto, com muitos migrantes abandonando a região por medo de novos episódios de violência.
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