Microplásticos no corpo humano afetam a saúde e geram preocupações globais
Microplásticos afetam órgãos humanos e estão ligados a riscos de saúde, exigindo ações urgentes para mitigar a contaminação ambiental

A Organização Mundial da Saúde classifica os microplásticos como contaminantes emergentes (Foto: Pcess609 - stock.adobe.com)
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Pesquisas recentes revelam que microplásticos estão presentes em órgãos humanos, como cérebro, artérias e até mesmo no sangue. Esses achados alarmantes indicam que a contaminação por plásticos não é apenas um problema ambiental, mas também uma questão de saúde pública. Um estudo publicado em 2024 no New England Journal of Medicine associou a presença de microplásticos em placas ateroscleróticas a um risco elevado de infarto e AVC.
Além disso, uma pesquisa da Nature Medicine confirmou a detecção de microplásticos em cérebros, rins e fígados de cadáveres, com predominância do polietileno, material comum em embalagens. A enfermeira Lis Leão, do Centro de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, destaca que a situação é crítica: o plástico agora está dentro de nós. A médica patologista Thais Mauad, da Universidade de São Paulo, acredita que todos em áreas urbanas estão expostos a esses contaminantes.
Vias de Exposição
A exposição a microplásticos ocorre principalmente por três vias: alimentação, respiração e absorção pela pele. Alimentos, especialmente os do mar, e produtos de higiene pessoal, como esfoliantes, são fontes comuns de contaminação. Mauad ressalta que partículas de plástico também estão presentes no ar, resultantes de desgaste de pneus e emissões industriais.
Estudos indicam que microplásticos podem provocar inflamações crônicas e alterações hormonais. A lista de plásticos encontrados em tecidos humanos inclui polietileno, PVC e PET, que podem carregar aditivos tóxicos. Pesquisas em modelos animais sugerem que esses contaminantes podem afetar o metabolismo hepático e aumentar o risco de resistência à insulina.
A Necessidade de Ação
Apesar das evidências, a resposta da sociedade ainda é tímida. A naturalização do plástico na vida moderna dificulta a percepção de seu impacto. Leão aponta que a invisibilidade dos microplásticos, que não podem ser vistos a olho nu, contribui para a falta de mobilização política. Enquanto alguns países adotam políticas restritivas, o Brasil ainda não se comprometeu com iniciativas globais, como o Tratado Global do Plástico.
Diante da ubiquidade dos microplásticos, cientistas buscam métodos de remoção. Um estudo da Universidade Técnica de Dresden sugere que a aférese terapêutica pode ser uma opção promissora. Além disso, a redução do uso de plásticos descartáveis e a educação ambiental são essenciais para mitigar os impactos dessa contaminação.
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