Lucien Carr, ícone da geração beat, desaparece após crime chocante
Centenário de Lucien Carr reabre discussões sobre seu papel na geração beat e o impacto do assassinato de David Kammerer na literatura americana

Lucien Carr em 1944 (Foto: Divulgação)
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Lucien Carr, figura emblemática da geração beat, completa 100 anos em 2023, reavivando debates sobre sua vida e o impacto do assassinato de seu amigo David Kammerer em 1944. O crime, que resultou na prisão de Jack Kerouac e William Burroughs, marcou uma virada na trajetória de Carr, que optou por uma vida discreta após o ocorrido.
Na madrugada de 14 de agosto de 1944, Carr e Kammerer discutiam nas margens do rio Hudson, em Nova York, quando a situação se tornou violenta. Carr esfaqueou Kammerer, que havia sido seu mentor e amigo desde a infância. Após o crime, Carr confessou a amigos que havia "dado fim ao velho". O assassinato chocou a sociedade da época e foi amplamente noticiado, estampando as páginas do The New York Times.
O impacto na literatura
Carr, descrito por Allen Ginsberg como "a cola" que uniu a geração beat, nunca publicou uma obra própria, mas sua influência é inegável. Ele inspirou personagens em romances de Burroughs e Kerouac, como Phillip Tourian e Kenneth Wood. A vida boêmia de Carr, marcada por excessos e experimentações, foi um catalisador para a poesia beat, que desafiava normas morais.
Após cumprir uma pena de dois anos em uma instituição de reabilitação juvenil, Carr abandonou a vida rebelde e se tornou jornalista, atuando na United Press International por quase cinco décadas. Embora muitos acreditassem que ele escrevia em segredo, nenhum manuscrito foi encontrado após sua morte em 2005.
Legado e reflexões
O assassinato de Kammerer não apenas moldou a vida de Carr, mas também deixou uma marca indelével na literatura americana. A narrativa de sua vida, repleta de complexidade e contradições, continua a fascinar estudiosos e admiradores da geração beat. Carr, que pediu a Ginsberg para retirar sua dedicatória em "O Uivo", viveu em um dilema entre sua identidade como poeta e sua escolha por uma vida convencional.
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