- O beijo evoluiu em um ancestral comum há cerca de 21,5 a 16,9 milhões de anos e está presente em primatas como gorilas, chimpanzés e macacos-rhesus.
- Entre culturas humanas, o beijo é observado em 70% das culturas da Europa, 54% da América do Norte, 12% da América do Sul e 100% das culturas do Oriente Médio; 46% o associam ao afeto romântico.
- Pesquisadores sugerem que humanos e neandertais podem ter compartilhado microbiota bucal e material genético por cruzamento, com indícios de beijos entre as espécies.
- O estudo combinou revisão de pesquisas, mapeamento de árvore genealógica de primatas e simulações para inferir o ancestral beijador.
- Hipóteses sobre função evolutiva incluem aumento do sucesso reprodutivo, avaliação de parceiros ou fortalecimento de vínculos sociais; é a primeira abordagem ampla que coloca o beijo sob um viés evolutivo.
Beijos são objeto de estudo há décadas, com variação cultural evidente. Um novo trabalho científico reforça que o beijo pode ter raízes evolutivas profundas, não sendo exclusivo de humanos.
O estudo reúne dados de 168 culturas e registros de beijos entre primatas. O objetivo foi buscar padrões que ajudem a entender como esse comportamento surgiu e se manteve ao longo do tempo.
Os autores identificam que o beijo pode ter brotado de um ancestral comum dos primatas entre cerca de 21,5 e 16,9 milhões de anos. Em seguida, diferentes espécies herdaram esse comportamento.
Resultados do estudo
A pesquisa indica que gorilas, chimpanzés e macacos-rhesus também se envolvem em beijos. A partir disso, os cientistas sugerem uma origem compartilhada que antecede a evolução humana.
Além de indicar possível compartilhamento de microbiota bucal e de material genético entre humanos e neandertais, o estudo sugere que o beijo pode ter funcionado para fortalecer vínculos sociais ou melhorar a seleção de parceiros.
Implicações evolutivas
Os autores argumentam que a prática, embora observada em espécies diversas, pode ter variedade de funções, desde fortalecimento de vínculos até avaliação de qualidade de parceiros. A pesquisa busca explicar um hábito que não fossiliza.