- Luciano Andrade Moreira foi listado pela revista Nature como uma das dez pessoas que moldaram a ciência em 2025 (Nature’s 10).
- O pesquisador atua há mais de uma década com o uso da bactéria Wolbachia em mosquitos para reduzir a transmissão de dengue, zika e chikungunya, no que ficou conhecido como Método Wolbachia.
- A técnica libera mosquitos Wolbachia que, ao se reproduzirem, reinfeccionam as próximas gerações de Aedes aegypti.
- A biofábrica de mosquitos wolbitos fica em Curitiba e é gerida por Moreira, em parceria entre Fiocruz, Instituto de Biologia Molecular do Paraná e World Mosquito Program.
- O Método Wolbachia já faz parte da estratégia nacional de enfrentamento das arboviroses e está em implantação em Balneário de Camboriú, Brasília, Blumenau, Joinville, Luziânia e Valparaíso de Goiás, com seleção baseada em indicadores epidemiológicos.
O engenheiro agrônomo Luciano Andrade Moreira integra a lista Nature’s 10, publicada pela revista Nature, como uma das dez pessoas que moldaram a ciência em 2025. A seleção destaca impacto internacional de pesquisas com Wolbachia em mosquitos.
Moreira trabalha há mais de uma década com a bactéria Wolbachia em insetos, especialmente no Aedes aegypti, com o objetivo de reduzir a transmissão de dengue, zika e chikungunya. A técnica é conhecida como Método Wolbachia.
A iniciativa é viabilizada por uma biofábrica de mosquitos wolbitos, em Curitiba (PR). A fábrica é fruto de parceria entre a Fiocruz, o IBMP e o World Mosquito Program (WMP).
Reconhecimento internacional
Segundo a Nature, o trabalho ainda não explica completamente o mecanismo de atuação, mas sugere que a bactéria pode competir com o vírus por recursos ou estimular proteínas antivirais. Estudos indicam menor susceptibilidade dos mosquitos aos vírus.
A lista Nature’s 10 não é um ranking acadêmico, mas destaca iniciativas de alto impacto. Em 2023, a ministra Marina Silva integrou a relação por ações no combate ao desmatamento na Amazônia Legal.
Implementação do Método Wolbachia
O Método Wolbachia, aplicado desde 2009, envolve liberar mosquitos wolbitos para reinfectar novas gerações com a bactéria. Em áreas urbanas, esses mosquitos passam a transmitir a bactéria aos descendentes.
No Brasil, a estratégia já atua em Balneário de Camboriú (SC), Brasília (DF), Blumenau (SC), Joinville (SC), Luziânia (GO) e Valparaíso de Goiás (GO). A escolha das cidades considera indicadores epidemiológicos.
