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Fome matou mais de 60 mil pinguins-africanos na última década, aponta estudo

Estudo revela queda histórica de pinguins-africanos na costa oeste da África do Sul: sessenta e dois mil adultos morreram entre 2004 e 2011, diante do colapso das sardinhas

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
(Wikimedia Commons/Reprodução)
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  • Entre 2004 e 2011, cerca de 62 mil adultos pinguins-africanos morreram de fome, o que correspondia a aproximadamente 95% dos adultos reprodutores nas colônias Ilha Dassen e Ilha Robben.
  • Em 2006, a exploração de sardinha chegou a 80%, agravando o colapso do estoque que compõe a maior parte da dieta dos pinguins.
  • A queda de sardinhas está ligada a mudanças climáticas e ambientais, que deslocaram áreas de desova, além da concentração da frota pesqueira no oeste do Cabo das Agulhas; em 2024 a espécie foi classificada como criticamente em perigo.
  • O estudo utiliza contagens de adultos e casais ao longo de duas décadas, estimativas de sobrevivência e um índice regional de disponibilidade de sardinhas para relacionar a queda com a de alimentação.
  • Medidas de conservação incluem ninhos artificiais, controle de predadores, resgate de aves e proibição de pesca com redes de cerco perto das maiores colônias; a recuperação depende de condições ambientais favoráveis e da redução da exploração de sardinhas quando abaixo de 25% do nível máximo.

O estudo publicado na Ostrich: Journal of African Ornithology revela um declínio sem precedentes dos pinguins-africanos na costa oeste da África do Sul. Entre 2004 e 2011, cerca de 62 mil adultos morreram de fome, correspondendo a aproximadamente 95% dos adultos reprodutores das colônias de Dassen e Robben. A falta de disponibilidade de sardinhas esteve no centro do problema.

A queda de estoque de sardinhas, impulsionada pela combinação de mudanças climáticas e pressão de pesca, coincide com o período de muda anual dos pinguins. Durante essa fase, as aves ficam em terra cerca de 21 dias, o que as torna dependentes de reservas de gordura para sobreviver ao jejum. A diminuição da oferta de sardinhas para menos de 25% do nível histórico agravou a situação.

A pesquisa utilizou dados de monitoramento de longo prazo para calcular contagens de adultos e casais nas ilhas Dassen, com cerca de 25 mil casais, e Robben, com 9 mil. Além disso, empregou técnicas de captura-marcação-recaptura para estimar sobrevivência, comparando os resultados a um índice regional de disponibilidade de sardinhas e anchovas, derived de dados sobre o ganso-do-cabo.

A percepção de que a queda não ocorreu apenas localmente é destacada pelos autores, que apontam reduções semelhantes em outras áreas. A população total de pinguins-africanos já recuou quase 80% nos últimos 30 anos, levando a 2024 à classificação da espécie como criticamente em perigo, com menos de 10 mil casais reprodutores no país.

Entre as propostas para recuperação estão restrições temporárias à pesca quando a abundância de sardinhas estiver baixa, redução da mortalidade de juvenis e aumento da sobrevivência de adultos até a desova. A pesquisa também aponta intervenções de conservação em curso, como ninhos artificiais, controle de predadores e resgate de aves debilitadas, além da proibição de pesca com redes de cerco ao redor das seis maiores colônias reprodutoras.

Até o momento, as equipes continuam monitorando comportamento, sucesso reprodutivo e sobrevivência para detectar sinais de estabilização. As ações de manejo são consideradas essenciais para amenizar o declínio, conforme os autores citados no estudo.

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