- Centenas de locais de demolição em Detroit podem ter sido preenchidos com terra contaminada de dejetos de obras demolidas, incluindo detritos de um shopping center, levantando risco de saúde nas vizinhanças.
- Especialistas dizem que chumbo, cádmio, mercúrio, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (PAHs) e amianto são prováveis nessa terra de preenchimento.
- Até agora, 424 locais foram identificados como potencialmente contaminados; testes anteriores mostraram que 42 de quarenta e sete sites excederam limites de poluição.
- Entre os cinquenta locais testados até o momento, 32 por cento ficaram acima dos níveis de background regional, acionando necessidade de limpeza ambiental.
- O custo de remediação pode chegar a cerca de $18.000 por propriedade; o prefeito em exercício, Mike Duggan, deixa o cargo para concorrer ao governo.
Detroit enfrenta possível contaminação generalizada em obras de demolição, com centenas de terrenos de volta preenchidos por entulho tóxico proveniente de um shopping e outras fontes. O risco envolve chumbo, mercúrio, cádmio, PAHs e asbesto, segundo especialistas independentes.
Vazamento de informações ocorreu conforme a prefeitura não revelou quais toxinas foram detectadas. Fontes independentes e um ex-regulador dizem que os contaminantes citados são prováveis no tipo de rejeito usado para preencher as áreas demolidas.
O programa de demolição da cidade, considerado o maior dos EUA, eliminou dezenas de milhares de casas em mais de uma década, gerando custos estimados em centenas de milhões de dólares. Contaminações já haviam sido encontradas em ocasiões anteriores, atraindo escrutínio federal em 2018.
Até agora, o levantamento aponta 424 sites potencialmente contaminados, num ritmo que sugere a maior escala até o momento. A divulgação ocorreu quando o prefeito Mike Duggan deixa o cargo para concorrer ao governo, abrindo espaço para a herdeira Mary Sheffield na condução do processo.
Estimativas indicam que o remediar cada propriedade pode custar cerca de 18 mil dólares, segundo Duggan, embora especialistas considerem valores mais altos viáveis. A administração afirma que contaminação de terras de demolição é um problema comum no país, e que os resultados das testagens serão tornados públicos.
O Departamento de Meio Ambiente de Michigan (EGLE) disse que continuará a trabalhar com a cidade para determinar ações, incluindo possível remediação ou aplicação de enforcement se contaminação for confirmada. A administração municipal afirma ter seguido protocolos de 2018 para evitar problemas repetidos.
A necessidade de testes abrangentes de solo foi tema de debate entre engenheiros e reguladores. Em 2018, protocolos foram criados para ampliar a checagem de fontes de terra, mas permitiram situações em que contractoras poderiam alegar origem residencial para escapar de testes mais rigorosos.
Especialistas ouvidos pela reportagem ressaltam que, se confirmadas, as contaminações podem trazer riscos à saúde de moradores próximos, com impactos potenciais em crianças expostas à poeira e ao contato com a terra. Os blocos de solo mais rasos aumentam a vulnerabilidade da comunidade.
O balanço atual aponta que cerca de um terço dos 50 locais já testados excedeu níveis de fundo regionais, o que acende alerta para a necessidade de ações de despoluição. A prefeitura enfrenta pressão para esclarecer quais áreas já estão sob monitoramento ou limpo.
A situação em Detroit representa um desafio de gestão de resíduos de demolição, com críticas sobre possível desvio de regras para acelerar o cronograma. Autores de pesquisas destacam a importância de controles rigorosos para evitar novas ocorrências.
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