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Pescadores da Amazônia ajudam cientistas a mapear danos de barragens no Madeira

Pescadores ajudam cientistas a mapear danos da usina Santo Antônio aos estoques de peixes no Madeira, com quedas acentuadas em Puruzinho

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Por Revisado por: Time de Jornalismo Portal Tela
On their way back from a day of fishing, fishers shared information on where, how, when and how much they spent to catch fish as well as the amount and the species caught. Researchers present at the daily landings collect information to quantify and identify the fish, take biometric measurements and photos of all captured fish, and systematize the data, allowing researchers to identify which fish came from which vessel. Image courtesy of Igor Hister Lourenço.
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  • O reservatório das usinas Santo Antônio (2008, região de Rondônia) e Jirau (2013, upstream) reduziu o fluxo natural do Madeira, afetando a captura de peixes na região de Puruzinho, no Amazonas.
  • Em Lago Puruzinho, comunidades relatam queda acentuada de espécies como pirarucu, tambaqui e pirapitinga, com pescas cada vez mais raras.
  • Estudo conjunto da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) e pesquisadores aponta redução de até noventa por cento em estoques de peixes em áreas influenceadas pelas usinas, em até sessenta e cinco espécies capturadas.
  • Pesquisadores utilizaram o método TSBCAMPA, envolvendo pescadores nas coletas diárias para registrar onde, como, quando e quanto foi pescado, permitindo associar peixes a embarcações e pescadores específicos.
  • A líder comunitária Raimundo Nonato dos Santos, conhecido como Leleca, sonha com criação de peixes no Puruzinho para combater a redução de estoque, mas precisa de recursos para quitar dívidas e investir em tanques de criadouro.

A pesca artesanal no entorno da Lagoa Puruzinho, no município de Humaitá, Amazonas, registra queda expressiva nas espécies tradicionais. Envolvidos na pesquisa, pescadores ajudam cientistas a mapear os impactos de hidrelétricas no Madeira, desde 2009.

O estudo aponta redução significativa de peixes como pirarucu, tambaqui e pirapitinga após a construção das usinas Santo Antônio (2008) e Jirau (2013). Cientistas lideraram um esforço conjunto com comunidades locais para entender o fenômeno.

O que acontece, quem envolve, quando, onde e por quê? A queda de estoques coincide com a interrupção do fluxo natural do Madeira, alterando correntes que peixes dependem para se mover. O litoral de Puruzinho serve como observatório.

Incidência de mudanças

Pesquisadores reuniram dados diários de pescadores na colônia de Humaitá entre 2018 e 2019. A coleta incluiu espécies, locais, tempo e custo da pesca, com registro fotográfico e biométrico das capturas. Dados foram sistematizados para análises.

Metodologia colaborativa

A pesquisa utilizou a TSBCAMPA, técnica de baixo custo aplicada à monitoração da pesca artesanal, permitindo associar cada peixe à embarcação e ao pescador correspondente. A participação de 120 pescadores foi fundamental.

Principais resultados

A análise revelou até 90% de redução de estoques em locais sob influência das usinas, com queda de capturas de várias famílias de peixes. Em algumas áreas, houve mudança de locais e horários de pesca para buscar outras zonas produtivas.

Reações dos envolvidos

A empresa responsável pela Santo Antônio afirma que o empreendimento opera de forma sustentável, com ações sociais e ambientais supervisionadas pelo governo e diálogo com comunidades. A Jirau não respondeu aos pedidos de comentário.

Olhar para o futuro

Pesquisadores destacam a importância de estudos mais refinados para comparar períodos pré e pós-dam, com dados atualizados. Em Puruzinho, há expectativa de reflorestação e criação de viveiros para mitigar a queda de estoques.

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