Queimadas em São Paulo aumentam 1.235% e superam área do Distrito Federal em 2024

No ano passado, São Paulo registrou uma área queimada de 6.163 km², um aumento alarmante de 1.235% em comparação com os 461 km² incendiados em 2023. Os incêndios atingiram seu pico em agosto e setembro, afetando uma área maior que o Distrito Federal e quatro vezes a cidade de São Paulo. Os dados são do monitoramento da plataforma Mapbiomas, que acompanha as queimadas desde 2019.

O estado de São Paulo foi o que mais cresceu em área queimada entre 2023 e 2024, superando outros estados como Mato Grosso do Sul (268%) e Mato Grosso (198%). Mais de 80% da área queimada ocorreu em agosto, quando o céu ficou alaranjado e várias rodovias foram interditadas. Em setembro, o fogo consumiu mais 10% do total, com a intensidade diminuindo a partir de outubro.

O Anuário Estadual de Mudanças Climáticas, publicado pelo Centro Brasil no Clima e pelo Instituto Clima e Sociedade, destaca que 15 estados brasileiros ainda não possuem planos de adaptação às mudanças climáticas. São Paulo está em fase de elaboração de seu plano, o que preocupa especialistas, pois o estado mais rico do país não teve uma resposta adequada aos incêndios.

Em 2024, o Brasil como um todo teve 308.658 km² queimados, um aumento de 79% em relação a 2023. O Pará liderou o ranking com 73.836 km² incendiados, seguido por Mato Grosso e Tocantins. Apesar da alta nas queimadas, a taxa de desmatamento diminuiu em quase todos os estados, exceto em Tocantins e Ceará. A nova Lei nº 14.904, sancionada em 2024, estabelece diretrizes para a elaboração de planos de adaptação às mudanças climáticas, visando uma abordagem mais eficaz para enfrentar esses desafios.