05 de fev 2025
Pará registra 46 cidades em calor extremo, liderando o ranking nacional em 2024
Levantamento aponta que 111 cidades brasileiras enfrentaram calor extremo em 2024. No Pará, 46 cidades tiveram mais de 150 dias de calor, afetando 4 milhões de pessoas. Belém e Melgaço registraram recordes de temperaturas, com máximas até 38,8°C. A COP30 traz desafios, com o estado buscando mostrar a Amazônia ao mundo. A crise climática agrava desigualdades, afetando especialmente comunidades vulneráveis.
Belém teve mais de 200 dias sob calor extremo (Foto: Getty Images)
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Um levantamento solicitado pelo g1 revelou que 111 cidades brasileiras enfrentaram mais de 150 dias com temperaturas máximas acima das médias históricas em 2024. Dentre essas, 46 cidades estão no Pará, onde mais de 4 milhões de pessoas sofreram com o calor extremo, representando quase 70% do total de 6 milhões afetados no Brasil. Em Belém, a temperatura chegou a ser 5°C superior à média, refletindo a severidade da situação.
O estudo, realizado pelo Centro Nacional de Monitoramento de Desastres (Cemaden) com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), utilizou uma metodologia que analisou dados diários entre 2000 e 2024 para identificar dias de calor extremo. As cidades de Melgaço e Belém destacaram-se com os maiores períodos de estresse térmico, com 228 e 212 dias de calor extremo, respectivamente. O calor intenso também contribuiu para uma seca severa, levando o governo federal a montar uma força-tarefa para atender a região.
Os especialistas apontam que o aumento das temperaturas é resultado da emissão de gases do efeito estufa, agravado por fenômenos climáticos como o El Niño e o desmatamento. O Pará, que abriga 25% da Amazônia, registrou 20% dos focos de incêndio do Brasil em 2024, com 56 mil pontos de fogo. Apesar de uma queda no desmatamento, a área devastada ainda é significativa, com cerca de 2,2 mil km² de floresta derrubados.
Os impactos na saúde são preocupantes, com um aumento nos casos de desidratação e insolação, especialmente entre populações vulneráveis. O médico Luiz Rocha destacou que idosos e comunidades ribeirinhas são os mais afetados, enfrentando dificuldades de acesso a cuidados médicos. A pesquisadora da Fiocruz, Sandra Hacon, alertou que o calor intenso já é uma emergência de saúde, aumentando os riscos de mortalidade por doenças cardiovasculares e respiratórias. O governo do Pará, por sua vez, anunciou investimentos em ações para combater o desmatamento e incêndios, com uma redução histórica de 28,4% na taxa de desmatamento em 2024.
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