08 de fev 2025
Gado sofre com seca extrema no Rio Grande do Sul e produtores enfrentam desafios sérios
O Rio Grande do Sul enfrenta estiagem severa, afetando a pecuária local. Produtores relatam sensação térmica de 50ºC e destruição de pastagens. A Emater RS alerta para riscos na qualidade do gado e aumento de preços. Incêndios em pastagens secas são uma preocupação crescente entre os produtores. A estiagem compromete a reprodução e engorda dos animais, impactando o mercado.
Rebanho de corte em pastagem seca pela estiagem no Rio Grande do Sul (Foto: Felipe Bieger/Arquivo pessoal)
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A sensação térmica de 50ºC foi registrada na terça-feira, 4 de fevereiro, por Augusto Campos, produtor rural em Jari, Rio Grande do Sul. Ele relatou que o pasto destinado ao gado queimou devido ao calor intenso, resultando em um cenário de seca severa. Em Quaraí, o produtor Rogério Martins enfrentou a destruição de 30 hectares de pastagem, obrigando-o a recorrer a áreas nativas para alimentar suas 100 cabeças de gado. Com a seca, dois dos três açudes que ele abriu já estão secos, e a situação se agrava a cada dia.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Quaraí, Milena Ferreira Machado, destacou que muitos criadores, especialmente os pequenos, estão sem água para os animais, que sofrem com estresse térmico. A estiagem afeta as condições dos rebanhos bovinos, levando à perda de peso dos animais e impactando o mercado pecuário. Segundo a Emater-RS, as pastagens variam significativamente, com áreas do leste mantendo forragem, enquanto o oeste enfrenta desenvolvimento limitado devido à irregularidade das chuvas.
Guilherme Zorzi, engenheiro agrônomo da Emater/RS, comentou que, apesar das dificuldades, a situação não é tão crítica quanto em estiagens anteriores. Ele observou que a primavera teve boas chuvas, permitindo que o gado chegasse em boas condições antes da estiagem. Contudo, muitos criadores estão enfrentando custos adicionais com silagem, feno e ração, além de problemas na reprodução dos animais, com fêmeas retornando ao cio e atrasos no primeiro entoure de novilhas.
Com a oferta de gado diminuindo, os preços do boi gordo estão em alta, alcançando R$ 10,79 o quilo em 6 de fevereiro, um aumento de 4,85% em dois meses. No oeste gaúcho, a falta de chuvas também gera preocupação com incêndios, já registrados em Santa Margarida do Sul. Emmanuel Cabral, médico veterinário, alertou para a necessidade de cuidados constantes para evitar grandes perdas. Apesar das dificuldades, algumas propriedades, como a Estância Silêncio, têm conseguido manter a produtividade devido a sistemas de produção adaptados e genética dos animais.
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