05 de mar 2025
Desmatamento na Amazônia altera padrões de chuva entre estações, revela estudo
Estudo revela que desmatamento aumenta chuva localmente, mas reduz em áreas distantes. Entre 2020 e 2022, Amazônia teve aumento histórico de 497% na área degradada. Durante a estação úmida, desmatamento atrai umidade, mas seca regiões a 60 km. Na estação seca, a falta de vegetação reduz evapotranspiração e precipitação. Necessidade urgente de preservar a Amazônia é destacada por pesquisadores.
"Figura 1 | Como o desmatamento afeta a precipitação local sazonalmente na Amazônia. Qin et al.1 rastrearam a umidade atmosférica em um modelo climático regional da região amazônica para determinar os efeitos do desmatamento na precipitação. a, Os autores descobrem que, durante a estação chuvosa, o desmatamento faz com que a precipitação sobre áreas desmatadas aumente, mas reduz a precipitação em áreas a montante. Isso ocorre porque o desmatamento faz com que a superfície da terra se torne relativamente quente, desencadeando correntes de ar ascendentes e a formação de áreas de baixa pressão atmosférica. Isso atrai umidade de regiões a montante, aumentando a precipitação sobre a floresta desmatada — às custas da precipitação nas áreas a montante. b, Durante a estação seca, o desmatamento causa uma redução na precipitação em uma ampla região. Isso ocorre porque a quantidade de umidade que entra na atmosfera como resultado da evaporação da água da vegetação é reduzida pelo desmatamento, diminuindo o potencial de precipitação. (Foto: Reprodução)"
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O desmatamento na Amazônia tem um impacto significativo no clima local, alterando o balanço hídrico e os padrões de precipitação. Um estudo publicado na revista Nature por Zhenzhong Zeng e sua equipe analisou dados entre 2020 e 2022, revelando que, durante a estação chuvosa, o desmatamento aumenta a precipitação nas áreas desflorestadas, enquanto regiões a mais de 60 km sofrem com a diminuição das chuvas. Essa dinâmica ocorre porque a remoção da vegetação transforma o solo em uma superfície mais quente, criando zonas de baixa pressão que atraem umidade de áreas ainda florestadas.
Durante a estação seca, de junho a agosto, a situação se agrava, pois a falta de vegetação reduz a evapotranspiração, resultando em menos água disponível para a formação de chuvas. Isso não apenas intensifica a secura na região, mas também compromete a agricultura e aumenta os riscos de incêndios florestais. Os pesquisadores destacam que as interações entre desmatamento e estações do ano são complexas e exigem atenção urgente para a preservação da floresta.
Em 2024, a Amazônia registrou um aumento alarmante de 497% na área degradada, totalizando 36.379 km², em comparação com 6.092 km² em 2023, conforme dados do Imazon. Embora o desmatamento tenha apresentado uma queda de 7% em relação ao ano anterior, a degradação ambiental continua a ser uma preocupação crítica, com queimadas e extração de madeira contribuindo para a crise climática na região.
Esses dados ressaltam a necessidade de estratégias eficazes para combater o desmatamento e suas consequências, não apenas para a Amazônia, mas para o clima global. A preservação da floresta é fundamental para manter o equilíbrio hídrico e a saúde do ecossistema, além de mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
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