24 de mar 2025
Mega secas se intensificam globalmente e Brasil registra eventos alarmantes no ranking mundial
Mega secas se intensificam no Brasil, afetando 60% do território e causando danos severos à Amazônia e Pantanal. A urgência de ações é evidente.
Moradores transportam água potável de Humaitá para a comunidade de Paraizinho, ao longo do rio Madeira, um afluente do rio Amazonas, durante a estação seca no Amazonas, em 8 de setembro de 2024. (Foto: Edmar Barros/AP)
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A pesquisa publicada na revista "Science" revela que as mega secas – secas que duram pelo menos dois anos – estão se tornando mais frequentes e severas globalmente. Entre 1980 e 2018, foram identificados mais de 13 mil eventos desse tipo, com o Brasil destacando-se em dois dos dez casos mais graves. O relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), divulgado recentemente, confirma a intensificação das secas no país, com a mega seca de 2024 afetando quase 60% do território nacional.
As regiões mais impactadas incluem a Amazônia Sul-Ocidental, que enfrentou uma seca devastadora de 2010 a 2018, e a região Leste do Brasil, que sofreu uma crise hídrica entre 2014 e 2017. Durante a seca na Amazônia, rios como o Madeira e o Negro atingiram níveis historicamente baixos, isolando comunidades ribeirinhas. Na região Leste, o Sistema Cantareira, que abastece a Grande São Paulo, operou com menos de 5% de sua capacidade em 2015, refletindo a gravidade da situação.
Os fatores que agravam as mega secas incluem o aumento das temperaturas globais, a diminuição das chuvas e a evapotranspiração, que é a perda de água para a atmosfera. O estudo indica que, nas regiões mais quentes, a falta de chuvas é mais severa, enquanto nas áreas frias, a perda de água é mais significativa. No Brasil, biomas como o Cerrado e o Pampa sofreram perdas de vegetação, enquanto a Amazônia, apesar de sua resistência inicial, pode enfrentar danos duradouros em secas prolongadas.
A OMM alertou que a seca tem afetado amplas áreas das Américas em 2023 e 2024, com o Rio Negro em Manaus atingindo seu nível mais baixo desde 1902. A combinação de calor extremo e seca favoreceu incêndios na Amazônia e no Pantanal, resultando em perdas agrícolas significativas. O Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) destaca que a escassez de água compromete a geração de energia hidrelétrica, afetando o abastecimento urbano e a estabilidade do sistema elétrico.
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