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Marajó revela contrastes entre riqueza e desigualdade na Amazônia

Erosão costeira avança em Marajó, ameaçando comunidades e economia local; moradores pedem ajuda durante a COP30 para adaptação climática urgente.

Foto:Reprodução

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Na Lua nova, a treva se instala em Marajó, no Pará, onde a erosão costeira avança rapidamente, desalojando comunidades e impactando a economia local. Moradores da comunidade do Pesqueiro clamam por ajuda e adaptação climática, especialmente durante a COP30.

A maré alta, que ocorre nas luas nova e cheia, intensifica a erosão, levando casas e histórias para o fundo das águas. Marajó, que abrange 17 municípios, apresenta alguns dos piores indicadores de qualidade de vida do Brasil. Melgaço, Chaves e Bagre estão entre os dez municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM). A ribeirinha Lucineide Borges, de 52 anos, relata que sua casa, antes distante do rio, agora é ameaçada pelas ondas.

A comunidade, com muitos vizinhos já desalojados, organizou um bingo para arrecadar recursos para construir novas casas. Matheus Adams Almeida, estudante e morador, destaca a urgência de adaptação climática e a necessidade de chamar a atenção para os problemas que vão além do desmatamento.

Desafios Socioeconômicos

Marajó é um microcosmo da Amazônia, onde a riqueza cultural e a biodiversidade contrastam com a pobreza extrema. A falta de acesso à internet e serviços básicos é alarmante. Apenas 7,8% da população de Soure tem acesso à internet, enquanto outros municípios não chegam a 5%. O isolamento é total, dificultando a comunicação e o transporte entre as localidades.

A ecóloga Ima Vieira ressalta que Marajó é historicamente negligenciada por políticas públicas. A erosão, agravada por fatores humanos e climáticos, tem causado a perda de áreas vitais. Estudo da Universidade Federal de Minas Gerais aponta que a erosão acelerou nas últimas cinco décadas, com a Praia da Barra Velha, em Soure, perdendo 500 metros de faixa de areia.

Impactos Ambientais e Sociais

A maré não traz apenas água, mas também lixo urbano, que polui as praias e compromete a saúde pública. Maria Boaventura Amador, moradora de Joanes, observa que a maré traz mais lixo do que a população pode gerar. A falta de saneamento básico é crítica, com 99,1% da população sem acesso a coleta de esgoto.

A presidente do Trata Brasil, Luana Pretto, alerta sobre os riscos à saúde devido à contaminação da água. A situação é ainda mais grave para mulheres, que enfrentam riscos de violência ao buscar privacidade para suas necessidades básicas.

A Associação de Amigos do Museu do Marajó, presidida por Otaci Gemaque, destaca que, apesar de algumas melhorias, como a chegada da luz elétrica, muitos desafios persistem. A falta de conservação e proteção contra a erosão continua a ameaçar o patrimônio histórico e cultural da região.

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