26 de jun 2025

Defesas civis precisam investir em capacitação e recursos para enfrentar desastres climáticos
Estudo revela que 43% dos gestores de defesa civil se sentem despreparados para desastres e destaca a urgência de sistemas de alerta precoce.

Até o dia 15 de junho, 1.985 municípios brasileiros tinham respondido o questionário completo do Projeto COPE-Cemaden (Foto: divulgação)
Ouvir a notícia:
Defesas civis precisam investir em capacitação e recursos para enfrentar desastres climáticos
Ouvir a notícia
Defesas civis precisam investir em capacitação e recursos para enfrentar desastres climáticos - Defesas civis precisam investir em capacitação e recursos para enfrentar desastres climáticos
Luciana Constantino | Agência FAPESP – A intensificação das mudanças climáticas tem gerado um aumento significativo nos desastres naturais em áreas urbanas, exigindo uma gestão de riscos mais eficaz por parte das defesas civis municipais. Um estudo do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) apresenta uma proposta de política pública com cinco frentes para fortalecer essas defesas.
As frentes propostas incluem: profissionalização de gestores, desenvolvimento de capacidades regionais, alocação de orçamento próprio, comunicação contínua e participação social. Essas medidas visam enfrentar os desafios enfrentados pelas defesas civis, como a falta de monitoramento em áreas vulneráveis e a escassez de recursos humanos e financeiros.
A pesquisa, realizada entre outubro de 2020 e dezembro de 2021, envolveu 1.993 municípios brasileiros e revelou que 43% dos gestores se sentem pouco qualificados para atuar em desastres. Apesar de mais da metade se considerar capaz de avaliar danos e manter a população informada, 61% não utilizam sistemas de alerta precoce.
Desafios e Oportunidades
O estudo destaca que a mobilização no Brasil geralmente ocorre apenas após a ocorrência de desastres. Victor Marchezini, pesquisador do Cemaden, ressalta a necessidade de aprimorar a coordenação entre órgãos administrativos e a sociedade antes dos eventos. O Atlas Digital de Desastres no Brasil aponta que, entre 2014 e 2024, o país registrou cerca de 11.400 ocorrências de desastres, afetando 63 milhões de pessoas.
Atualmente, os pesquisadores estão coletando novos dados com foco na prevenção, por meio do projeto Capacidades Organizacionais de Preparação para Eventos Extremos (COPE). O objetivo é investigar aspectos como mapeamento de risco e relação com outros órgãos e grupos sociais. Marchezini destaca que as políticas de gestão de riscos muitas vezes não consideram se os governos locais possuem as capacidades necessárias para a tomada de decisões.
Futuras Pesquisas
O projeto COPE também busca integrar atividades de ensino, pesquisa e extensão, promovendo a participação social na gestão de riscos. Em 2024, uma pesquisa sobre a percepção da comunicação de riscos foi realizada com 5 mil entrevistados em todo o Brasil. Os dados estão em análise e visam identificar como as organizações podem melhorar suas capacidades diante de desastres e desinformação.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.