03 de fev 2025
Camarão gigante invade a Amazônia e gera preocupações sobre o ecossistema local
A captura do Camarão Gigante da Malásia no Pará gerou grande repercussão online. Espécie invasora, chegou ao Brasil há mais de 45 anos para cultivo comercial. Crescimento populacional na Amazônia preocupa especialistas por impactos ambientais. Camarão se adapta facilmente, competindo com fauna nativa por recursos. Necessidade de estudos para entender os efeitos da espécie sobre ecossistemas.
Camarão-Gigante-da-Malásia (Macrobrachium rosenbergii) pode alcançar até 32 centímetros de comprimento. (Foto: Reprodução/TikTok)
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Imagens de um camarão gigante capturado por pescadores no Pará têm circulado nas redes sociais, despertando curiosidade pelo tamanho do animal. O crustáceo, conhecido como Camarão-Gigante-da-Malásia (Macrobrachium rosenbergii), pode atingir até 32 cm de comprimento. Em vídeos, pescadores comparam o tamanho do camarão com suas mãos e cabeças, evidenciando a dimensão incomum do animal.
De acordo com o ictiólogo Kleber Mathubara, essa espécie é nativa de regiões tropicais do Indo-Pacífico e foi introduzida no Brasil há mais de 45 anos para fins de cultivo. Inicialmente restrito ao Nordeste, o camarão se espalhou para outras regiões, incluindo a Amazônia, onde sua captura tem se tornado frequente. A presença dessa espécie exótica não é proibida e pode ter um impacto ambiental positivo, já que a remoção pode ajudar a equilibrar o ecossistema local.
O camarão-gigante se adapta facilmente a diferentes ambientes, vivendo tanto em água doce quanto salgada. Mathubara explica que a espécie se alimenta de uma variedade de organismos, o que facilita sua expansão. A ausência de predadores naturais eficazes contribui para o crescimento descontrolado de sua população, o que pode prejudicar as espécies nativas.
O oceanógrafo Tommaso Giarrizo destaca que a introdução de espécies exóticas, como o camarão-gigante, representa um risco ambiental significativo. Apesar de seu valor econômico, a competição por recursos alimentares e habitat pode impactar a fauna nativa. Giarrizo ressalta a necessidade de mais estudos para entender melhor os efeitos dessa invasão nos ecossistemas locais, já que a introdução de espécies invasoras é uma das principais causas de extinção de espécies nativas em regiões tropicais.
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