05 de fev 2025
Bonobos demonstram capacidade de entender a ignorância humana, revela estudo
Estudo da Universidade Johns Hopkins revela comunicação de bonobos com humanos. Bonobos apontam para esconderijos de comida quando percebem ignorância humana. Habilidade demonstra teoria da mente, antes considerada exclusiva dos humanos. Pesquisa envolve três bonobos, mas limitações de ambiente são reconhecidas. Estudo visa aumentar a conscientização sobre bonobos, espécie ameaçada.
Foto: Reprodução
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Um novo estudo da Universidade Johns Hopkins revela que alguns grandes primatas, como os bonobos, têm a capacidade de perceber quando um parceiro humano não sabe de algo e podem comunicar informações para ajudá-lo. Os pesquisadores observaram que os bonobos apontavam para onde os petiscos estavam escondidos quando percebiam que o humano não sabia onde estavam, conforme divulgado pela universidade na segunda-feira. O experimento envolveu três bonobos machos, onde um estudante de doutorado, Luke Townrow, interagia com um deles enquanto outro colocava um petisco sob um dos três copos.
Em situações em que Townrow podia ver onde o petisco estava, o bonobo esperava que ele pegasse a comida. Porém, quando Townrow não sabia a localização, o bonobo apontava para o copo correto. O coautor do estudo, Chris Krupenye, destacou que essa é uma das evidências mais claras de que primatas não humanos entendem a ignorância de outros. Essa habilidade de perceber lacunas no conhecimento alheio é conhecida como teoria da mente, uma característica considerada exclusiva dos humanos.
Krupenye explicou que a teoria da mente permite que os humanos cooperem e ensinem uns aos outros, e os resultados sugerem que os bonobos compartilham essa capacidade. O estudo, que se baseia em pesquisas anteriores sobre teoria da mente em chimpanzés, abre caminho para investigações sobre as motivações dos bonobos ao compartilhar informações. Townrow ressaltou que, embora os bonobos se comuniquem para alterar o comportamento do parceiro, ainda é uma questão em aberto se eles também buscam mudar o estado mental ou as crenças do humano.
Alexander Piel, antropólogo biológico da University College London, elogiou o estudo, afirmando que fornece evidências convincentes de que os bonobos ajustam seu comportamento com base no conhecimento humano. Embora tenha observado que a pesquisa envolveu apenas três bonobos em cativeiro, Piel enfatizou que isso não diminui a importância do estudo. Os resultados oferecem uma nova perspectiva sobre as capacidades cognitivas dos bonobos, que são uma espécie ameaçada encontrada exclusivamente na República Democrática do Congo. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
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