14 de fev 2025
Descoberta de cemitério gaulês de 2 mil anos surpreende arqueólogos na França
Arqueólogos descobriram 13 restos mortais em Dijon, enterrados há mais de 2 mil anos. Os corpos estavam em posição sentada, desafiando práticas funerárias comuns. Local foi um cemitério antes de ser usado para agricultura nos séculos 16 e 17. Pesquisadores sugerem que os enterrados eram de alto status, não criminosos. Análises de DNA e datação por radiocarbono estão previstas para aprofundar estudos.
Covas espaçadas de modo uniforme contêm corpos sentados na mesma posição. A descoberta aconteceu após obras em uma escola. (Foto: Christophe Fouquin/Inrap)
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Durante obras de reforma em uma escola na cidade de Dijon, França, arqueólogos descobriram treze restos mortais de adultos em um antigo cemitério, datados de mais de dois mil anos. Os corpos foram encontrados na mesma posição: sentados, voltados para o oeste, com as costas apoiadas na parede da cova e membros dobrados à frente, uma prática funerária considerada atípica por especialistas.
O local, que já foi um cemitério, posteriormente foi utilizado para agricultura e abate de animais entre os séculos 16 e 17, evidenciado por fileiras de plantio e crânios de vaca. As covas, com cerca de um metro de diâmetro, estão dispostas uniformemente em um espaço de 25 metros. Além dos adultos, também foram encontrados túmulos de crianças, datados do século 1 a.C., que estavam deitadas de lado ou de costas.
A arqueoantropóloga Annamaria Latron, do Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (Inrap), destacou que a posição dos corpos é incomum, pois normalmente os enterros são realizados com os indivíduos reclinados e os membros inferiores estendidos. Os pesquisadores levantam a hipótese de que os enterrados possam ter sido membros de famílias de alto status ou figuras religiosas, em contraste com a ideia anterior de que seriam criminosos punidos.
A única relíquia encontrada foi uma braçadeira de pedra, datada entre 300 e 200 a.C. Acredita-se que os indivíduos eram gauleses, um povo celta que habitou regiões que hoje correspondem à França, Bélgica, Alemanha e Itália. Análises químicas e de DNA, além de datação por radiocarbono, estão previstas para aprofundar o conhecimento sobre os corpos e confirmar a data dos enterros. Outros onze túmulos com mortos na mesma posição já foram descobertos na França e na Suíça, sempre próximos a residências aristocráticas ou locais de culto.
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