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Camilo Castelo Branco: dois séculos de um legado linguístico e literário em Portugal

Portugal homenageia Camilo Castelo Branco em seu bicentenário, ressaltando sua influência no léxico e a rivalidade literária com Eça de Queirós.

Camilo Castelo Branco, por Loredano (Foto: Loredano)

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No último domingo, 16 de março, Portugal celebrou o bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco, um dos mais influentes escritores da língua portuguesa. A data é uma oportunidade para reconhecer a contribuição de Camilo ao léxico do idioma, que se expandiu com mais de 260 obras, nas quais ele incorporou palavras de diversas regiões lusófonas, incluindo o Brasil. Camilo mantinha correspondência com amigos em Angola e no Brasil, que lhe enviavam termos pouco comuns em Portugal, como a palavra quizila, que significa aversão ou briga, originária do quimbundo.

Durante o século XIX, a rivalidade literária entre Camilo e Eça de Queirós refletia a divisão entre as escolas romântica e realista/naturalista. Camilo, que faleceu em 1890, desprezava os escritos de Eça, considerando-os imorais, enquanto Eça, embora crítico, reconhecia o talento de Camilo. Essa disputa não era apenas estética, mas também ideológica, com a escola naturalista buscando uma literatura mais próxima da realidade e da oralidade, em contraste com o sentimentalismo da geração anterior.

Os romances de Eça, como “Os Maias” e “A Relíquia”, continuam a provocar discussões sobre moralidade e sociedade. “Os Maias” aborda um incesto entre amantes que descobrem ser irmãos, enquanto “A Relíquia” narra a história de um jovem que engana sua tia conservadora ao prometer uma relíquia sagrada. Eça admirava a riqueza vocabular de Camilo, que, segundo ele, usava mais palavras diferentes em uma única página do que muitos escritores contemporâneos.

Para os amantes da língua portuguesa, a obra de Camilo Castelo Branco permanece essencial. Sua habilidade em enriquecer o idioma e sua correspondência com outras culturas lusófonas fazem de suas obras uma leitura obrigatória para quem deseja aprofundar-se no conhecimento da língua. A celebração de seu bicentenário é um lembrete da importância de sua contribuição literária e linguística.

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