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José Antônio dos Reis, o primeiro negro a brilhar na Faculdade de Direito de São Paulo

Celebrações dos 200 anos da biblioteca de São Paulo destacam a trajetória de José Antônio dos Reis e sua relevância no debate sobre cotas.

Retrato do padre José Antônio dos Reis, que era negro e foi o melhor aluno da primeira turma da faculdade de Direito do Largo São Francisco, fundada em 1827; ele foi também bibliotecário na primeira biblioteca pública de São Paulo, de 1825, que daria origem ao curso de Direito. (Foto: Reprodução)

Retrato do padre José Antônio dos Reis, que era negro e foi o melhor aluno da primeira turma da faculdade de Direito do Largo São Francisco, fundada em 1827; ele foi também bibliotecário na primeira biblioteca pública de São Paulo, de 1825, que daria origem ao curso de Direito. (Foto: Reprodução)

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José Antônio dos Reis, melhor aluno da primeira turma da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, foi um importante personagem da história brasileira. Ele, que era negro e órfão, superou uma infância marcada pela pobreza em um Brasil ainda escravocrata. Reis foi também bibliotecário da primeira biblioteca pública de São Paulo, inaugurada em 24 de abril de 1825.

As celebrações dos 200 anos da biblioteca incluem um projeto de restauro e refletem sobre a trajetória de Reis, conectando sua história ao atual sistema de cotas nas universidades. O professor Maurício Zanoide de Moraes, coordenador do projeto, destaca a relevância de resgatar essa história e os desafios enfrentados por estudantes negros.

Reis nasceu em São Paulo em mil setecentos e noventa e oito. Órfão desde cedo, enfrentou dificuldades para se alimentar e se vestir. Aos quinze anos, conseguiu se inscrever em um curso de filosofia no convento dos franciscanos, onde se destacou e recebeu apoio do bispo Mateus de Abreu Pereira. Aos vinte anos, começou a dar aulas, enfrentando preconceito por sua aparência e vestimenta simples.

Em mil oitocentos e vinte e oito, Reis se formou na faculdade e recebeu medalha de ouro como melhor aluno. Ele também atuou como fiscal da Câmara Municipal de São Paulo e foi membro do Conselho Geral da Província. Abolicionista, participou das discussões da Lei do Ventre Livre, assinada em mil oitocentos e setenta e um. Faleceu em mil oitocentos e setenta e seis, doze anos antes da abolição da escravidão no Brasil.

O diretor da faculdade, Celso Fernandes Campilongo, ressalta como Reis e outros negros enfrentaram preconceito na instituição. Ele menciona Luiz Gama, que não foi aceito como aluno por ser negro, mas se tornou um importante jurista e abolicionista. Campilongo defende as mudanças trazidas pelas cotas, mas alerta para a necessidade de mais investimentos em programas de apoio aos cotistas.

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