28 de mar 2025
Paleontólogos descobrem peixe fossilizado de 16 milhões de anos na Austrália com refeição intacta
Paleontologistas australianos identificam Ferruaspis brocksi, peixe do Mioceno, revelando dieta, coloração e novos dados sobre ecossistemas antigos.
Dingo salgado (Foto: Australian Museum)
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Paleontologistas australianos descobriram uma nova espécie de peixe, chamada Ferruaspis brocksi, em um local conhecido como McGraths Flat, na Nova Gales do Sul. O estudo, publicado em 17 de março na Journal of Vertebrate Paleontology, revelou que os fósseis, datados de até 16 milhões de anos, estavam tão bem preservados que foi possível identificar seu último alimento, composto principalmente por larvas de mosquitos e até um pequeno bivalve.
A fossilização ocorreu em goethite, um mineral rico em ferro, que preservou detalhes impressionantes, incluindo tecidos moles e padrões de coloração do peixe. Dr. Michael Frese, coautor do estudo, destacou a raridade de se conseguir determinar a cor de um peixe fóssil, ressaltando a importância da descoberta para entender a evolução dos Osmeriformes, grupo que inclui os atuais smelts e graylings na Austrália.
Análises dos conteúdos estomacais de F. brocksi indicaram que o peixe se alimentava principalmente de larvas de Chaoborus, que geralmente evitam predadores durante o dia. Isso sugere que F. brocksi provavelmente caçava à noite. Um dos espécimes ainda apresentava um molusco preso à nadadeira, o que é incomum, pois o ambiente onde os fósseis foram encontrados não suportaria a maturação do bivalve.
Os fósseis também revelaram a presença de melanóforos, células pigmentadas que indicam um padrão de coloração com partes superiores mais escuras e inferiores mais claras, possivelmente para proteção contra predadores. A descoberta de F. brocksi em uma região que, durante o Mioceno, era coberta por florestas tropicais, sugere que esta espécie pode ter passado toda a sua vida em água doce, contribuindo para o entendimento da antiga ecologia da região.
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