07 de jul 2025

Adolescentes de Hiroshima expressam o trauma da bomba atômica por meio da arte
Estudantes de Hiroshima preservam a memória do bombardeio atômico através de arte, enquanto o número de hibakusha diminui rapidamente.

Shingo Naito (em pé), sobrevivente da bomba atômica, na Escola Secundária Motomachi, em Hiroshima, em meio a pinturas criadas por alunos a partir de depoimentos de sobreviventes para manter as memórias do bombardeio de 1945 (Foto: RICHARD A. BROOKS / AFP)
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Estudantes da Escola Secundária Motomachi, em Hiroshima, estão criando obras de arte inspiradas nos relatos de hibakusha, sobreviventes do bombardeio atômico de 1945. O projeto visa preservar a memória do ataque e sensibilizar as novas gerações.
Em 6 de agosto de 1945, a bomba "Little Boy" foi lançada sobre Hiroshima, resultando na morte de cerca de 140 mil pessoas. Os alunos têm entrevistado hibakusha, como Masaki Hironaka, que compartilham suas experiências traumáticas. Hironaka, que tinha apenas cinco anos na época, relembra a dor e a determinação de proteger sua mãe enquanto caminhavam pelas ruínas da cidade.
Recentemente, a escola exibiu 15 novas obras que retratam cenas impactantes do pós-bombardeio. A estudante Hana Takasago, de 17 anos, capturou a imagem de Hironaka e sua mãe em meio ao caos. Hironaka comentou que a pintura expressa com precisão seus sentimentos daquela época, descrevendo-a como uma "página inesquecível" de sua vida.
O Impacto da Arte
Os alunos têm se aprofundado nas histórias dos hibakusha, revisando suas obras com a ajuda dos sobreviventes. Takasago, por exemplo, ajustou sua pintura após Hironaka sugerir que o olhar de sua mãe deveria refletir sua luta interna. A arte se torna um meio poderoso para transmitir a dor e a resiliência dos que viveram a tragédia.
Yumeko Onoue, de 16 anos, também se dedicou a retratar a "chuva negra" que cobriu a cidade após a explosão. Sua obra evoluiu de uma representação vibrante para uma imagem mais sombria, refletindo a memória de Hironaka. A artista acredita que as pinturas podem adicionar cor e emoção a eventos que, muitas vezes, são apenas lembrados em preto e branco.
A Última Geração
Com o número de hibakusha diminuindo, atualmente abaixo de 100 mil, a média de idade dos sobreviventes é de 86 anos. Aoi Fukumoto, ex-aluna da escola, destacou que esta pode ser a última geração a ouvir essas histórias diretamente. Essa urgência tem motivado os alunos a se envolverem profundamente com o projeto, transformando a história em uma experiência pessoal e significativa.
A tarefa de retratar o horror do bombardeio tem sido emocionalmente desgastante para muitos estudantes. Mei Honda, de 18 anos, expressou a dificuldade de representar a dor física e emocional vivida por aqueles que sobreviveram. O projeto não apenas preserva a memória, mas também transforma a percepção dos jovens sobre o impacto da bomba atômica em suas vidas e na história de Hiroshima.
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