Brasil e China firmam acordo para certificar carne e soja em comércio bilateral
Brasil e China firmam protocolo para rastrear produtos agropecuários, visando aumentar exportações de carne e soja após tarifas dos EUA

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com o ministro Fernando Haddad, participa de reunião bilateral dos Brics com o primeiro-ministro da China, Li Qiang, no Rio de Janeiro (Foto: Eduardo Anizelli - 5.jul.25/Folhapress)
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Em resposta às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, Brasil e China estão desenvolvendo um protocolo bilateral para certificação e rastreabilidade de produtos agropecuários. O foco principal é a exportação de carne e soja, essenciais para as relações comerciais entre os dois países.
O plano, que está em andamento, busca estabelecer um mecanismo de reconhecimento para certificações ambientais e sistemas de rastreamento. Isso permitirá que produtos brasileiros sejam vendidos com selos de sustentabilidade, como "carne carbono neutro" e "soja de baixo carbono", aceitos formalmente pelas autoridades chinesas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Fernando Haddad discutiram o tema em uma reunião bilateral dos Brics no Rio de Janeiro.
Alinhamento de Metodologias
O protocolo prevê o alinhamento de metodologias para mensurar emissões, uso do solo e bem-estar animal. A expectativa é que certificados brasileiros, como os da Embrapa, sejam aceitos na China, facilitando novos acordos comerciais e reduzindo barreiras não tarifárias. As medidas incluem a integração de sistemas digitais de rastreabilidade e o uso de QR codes com dados ambientais.
Durante uma missão oficial do Ministério da Agricultura e Pecuária à China em junho, foram discutidos os principais produtos da pauta exportadora brasileira. A comitiva incluiu representantes da Embrapa e da ApexBrasil, e o assunto foi abordado com órgãos chineses, como o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais.
Interesses Comerciais
A estatal Cofco Meat Investment, um dos maiores grupos do setor alimentício na China, demonstrou interesse em estabelecer rotas de fornecimento de carne brasileira certificada como sustentável. A carne bovina é crucial nas negociações, com a China representando 51,3% das exportações brasileiras em 2024, em contraste com apenas 8,1% dos Estados Unidos.
Além da carne, a soja também é um produto estratégico no protocolo. O Brasil possui iniciativas como o Selo ABC+ e o programa Soja Plus, que podem ser reconhecidas no acordo. Uma visita técnica de autoridades chinesas ao Brasil está prevista para este ano, visando verificar as tecnologias locais e fechar o acordo.
A ampliação do comércio entre Brasil e China, além de outros parceiros dos Brics, é uma resposta às queixas do presidente americano Donald Trump. Recentemente, a China habilitou 183 novas empresas brasileiras de café para exportação, demonstrando o potencial de crescimento nas relações comerciais.
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