Magalu aumenta capital para retomar expansão com expectativa de queda nos juros

O Magazine Luiza (MGLU3), sob a liderança do CEO Fred Trajano, está se preparando para uma possível recuperação do varejo brasileiro, que enfrenta desafios devido à alta taxa de juros de 15% ao ano. A empresa busca fortalecer sua estrutura financeira e seu ecossistema de serviços, visando estar em uma posição privilegiada quando o cenário econômico mudar.

O CFO Roberto Bellissimo destacou que a companhia mantém uma disciplina rigorosa em gerar caixa, obter lucros e reduzir o endividamento. Ele acredita que, com a queda prevista nas taxas de juros, a empresa poderá experimentar um crescimento nas vendas e uma melhoria na inadimplência. No primeiro semestre, o Magazine Luiza captou US$ 180 milhões com o IFC e o BID Invest, direcionando os recursos para investimentos em tecnologia e fortalecimento do capital.

Resultados Financeiros

A companhia encerrou o segundo trimestre com vendas totais de R$ 15,3 bilhões e um EBITDA ajustado de R$ 727 milhões, equivalente a uma margem de 8%. As vendas digitais representaram 69% do total, enquanto as lojas físicas contribuíram com R$ 4,7 bilhões. O crescimento de 3,5% nas mesmas lojas físicas e 5% no e-commerce para produtos com tíquete acima de R$ 1.000 evidenciam a recuperação gradual do consumo.

A diversificação do ecossistema Magalu também tem mostrado resultados positivos. As subsidiárias Netshoes, KaBuM! e Época Cosméticos registraram lucros líquidos de R$ 24 milhões, R$ 12 milhões e R$ 7 milhões, respectivamente. O segmento de serviços financeiros, com o Magalubank, apresentou lucro de R$ 102 milhões na LuizaCred.

Novas Iniciativas

A empresa planeja inaugurar até o fim do ano a Galeria Magalu, uma loja conceito que reunirá todas as suas marcas em um único espaço na Avenida Paulista, em São Paulo. Este projeto visa consolidar a visão integrada entre loja física e operações de marketplace, proporcionando uma experiência única ao consumidor.

Além disso, o Magazine Luiza lançou o Magalu Pay, uma nova financeira independente que oferecerá produtos de crédito complementares, como um "carnê digital" com parcelamentos em até 24 meses. Essa estratégia busca atender diferentes perfis de consumidores, especialmente das classes B e C, maximizando as oportunidades de crédito sem comprometer a saúde financeira da operação.