'Tarifas dos EUA tornam inviável exportação de pescados, afirma empresário'
Nova tarifa de 50% dos EUA pode levar empresas brasileiras de pescados a perdas financeiras e fechamento de barcos de pesca

Ricardo Cavalieri, presidente da Master Mares: "Se não encontrarmos novos mercados, podemos perder até 40% do faturamento” (Foto: CARL DE SOUZA / Colaborador/Getty Images)
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Tarifas dos EUA ameaçam exportações brasileiras de pescados
Os Estados Unidos impuseram uma nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, afetando diretamente a competitividade de diversas indústrias, incluindo a de pescados. Ricardo Cavalieri, presidente da Master Mares, empresa carioca de distribuição de pescados, afirma que essa medida inviabiliza a exportação para o mercado americano, que representava 40% do faturamento da companhia, que foi de R$ 60 milhões em 2024.
“Com o tarifaço de 50%, simplesmente não temos mais como competir. O preço não fecha”, destaca Cavalieri. A empresa, que começou nas feiras livres do Rio de Janeiro na década de 60, se industrializou e passou a exportar peixes como serra e dourado para os EUA desde 2019. Agora, com a nova tarifa, a Master Mares busca novas rotas internacionais para evitar perdas significativas e preservar os 140 empregos diretos.
Impactos no setor
Além da tarifa americana, o setor de pescados enfrenta dificuldades com o fechamento do mercado europeu. Uma normativa sanitária da Comunidade Europeia exige adequações nas embarcações brasileiras, mas o governo federal não enviou representantes para certificar as embarcações, resultando em um bloqueio de exportações para a Europa há oito anos. Cavalieri ressalta que a exportação era vital para a operação de cerca de 50 barcos de pesca.
Com a combinação da alta tarifa dos EUA e a impossibilidade de exportar para a Europa, as empresas brasileiras perdem poder de negociação. “Negociar pescado para fora está ficando cada vez mais complicado”, afirma Cavalieri. O tarifaço, que afeta 35,9% do volume total de mercadorias enviadas aos EUA, pode reduzir o Produto Interno Bruto brasileiro em R$ 25,8 bilhões no curto prazo, segundo a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).
Reação necessária
O advogado tributarista Bruno Medeiros Durão alerta que a situação exige uma resposta coordenada entre o governo e o setor privado. Ele enfatiza que o tarifaço não impacta apenas a arrecadação, mas também a competitividade de várias cadeias produtivas. As empresas precisam repensar seus fluxos de exportação e rever contratos internacionais para mitigar os efeitos da nova política tarifária.
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