Iraque enfrenta apagões constantes e luta para garantir fornecimento de energia

Iraque enfrenta uma crise de energia sem precedentes, agravada por um apagão nacional recente, que ocorreu em meio a temperaturas extremas de 50°C. A demanda elétrica superou a capacidade da rede, resultando em cortes frequentes de energia, mesmo em um país rico em petróleo.

Desde a invasão dos EUA em 2003, o setor elétrico iraquiano sofre com subinvestimento, corrupção e má gestão, o que impede a oferta de energia confiável. Apesar de ser o segundo maior produtor de petróleo da OPEP e ter as quintas maiores reservas de petróleo do mundo, os apagões se tornaram comuns, especialmente durante o verão.

A dependência do Iraque de gás e eletricidade do Irã agrava a situação. Em 2023, cerca de 47% do gás consumido no Iraque veio do Irã, que também fornece uma parte significativa da geração de eletricidade. No entanto, a oferta iraniana é instável, devido a sanções e problemas internos, o que leva a cortes de energia e protestos populares.

Projetos em Andamento

Para enfrentar essa crise, o Iraque está implementando projetos para aumentar sua capacidade de geração de energia. O projeto Gas Growth Integrated da TotalEnergies, avaliado em 27 bilhões de dólares, visa capturar gás flaring e construir um parque solar em Basra. Além disso, a Siemens Energy planeja desenvolver até 14 gigawatts de capacidade de energia a gás utilizando gás doméstico.

Essas iniciativas são essenciais, pois a capacidade atual da rede nacional é inferior a 28 gigawatts, enquanto a demanda atinge picos de 48 gigawatts. A diversificação das fontes de energia é uma prioridade, com interconexões planejadas com as redes elétricas da Jordânia e do Kuwait.

Desafios e Oportunidades

Apesar dos esforços, a transição para a independência energética enfrenta desafios significativos, como a corrupção e a influência de grupos políticos alinhados ao Irã. Especialistas afirmam que, embora a independência energética do Iraque seja uma meta viável a longo prazo, a implementação de infraestrutura necessária levará tempo e exigirá um ambiente político estável.

A pressão dos EUA para que o Iraque reduza sua dependência do Irã pode ser um fator positivo, incentivando o país a investir mais em sua capacidade de geração de energia e a buscar alternativas confiáveis.