- O juiz Fancourt concluiu que Jacob Corlett provavelmente falsificou as iniciais de sua mãe em documentos usados para tentar retomar o controle da Yodel.
- Corlett tentou tomar a empresa em janeiro de 2024, adquirindo-a por £1 para fundi-la com a sua própria empresa de entregas, a Shift.
- Em junho de 2024, a Yodel foi vendida para a Judge Logistics Ltd (JLL) também por £1, após a empresa acumular dívidas com o governo e parceiros.
- A InPost, empresa polonesa, comprou a JLL em 106 milhões de libras no início deste ano, mantendo a Yodel sob novos administradores.
- A Yodel está estudando ações legais adicionais e busca proteger credores e trabalhadores, conforme divulgação do juiz e do atual controlador InPost.
Um juiz de uma alta corte considerou que o ex-proprietário da Yodel provavelmente forjou a assinatura da mãe para tentar retomar o controle da empresa de entregas. A decisão foi dada numa ação extraordinária na última sexta-feira.
Jacob Corlett, empresário de logística de 31 anos, lançou a tentativa de aquisição da Yodel em janeiro de 2024, comprando a empresa em dificuldades financeiras por £1, com a intenção de fundi-la à sua própria empresa de encomendas, a Shift. Em seis meses, a Yodel não conseguiu quitar dívidas a HM Revenue & Customs e a parceiros comerciais, o que forçou a venda da empresa, também por £1, para a Judge Logistics Ltd (JLL) em junho de 2024.
Detalhes da decisão
No processo, a Yodel contestou a autenticidade de documentos que, segundo Corlett, continham garantias de maioria acionária para empresas dele. A defesa apresentou análise forense de caligrafia que questionou as assinaturas dos testemunhos, supostamente assinadas pela mãe de Corlett, Tamara Gregory, em um café da manhã na casa do empresário em Liverpool, dois dias antes da aquisição pela JLL.
O juiz, Mr Justice Fancourt, concluiu que Gregory assinou provavelmente as iniciais de forma falsificada para parecer que havia testemunhado o documento que dava controle a Corlett, após ele ter perdido o controle da empresa. A evidência apontou que as assinaturas apresentavam sinais de falsificação, segundo peritos.
O magistrado disse ainda que a mãe de Corlett, em depoimento, reconheceu ter assinado os documentos, mas com uma assinatura “trabalhada” e incompleta, pois estava apressada e contrafeita pelo estresse. A decisão cita que Corlett não considerou como os credores e demais partes seriam pagos, nem como a empresa poderia receber financiamento de resgate.
Repercussões e próximos passos
Michael Rouse, diretor-executivo da InPost — atual proprietária da Yodel — afirmou que a decisão é extraordinária e evidencia as táticas de Corlett para extrair recursos da empresa. A companhia diz que a sentença protege o capital social e os interesses de acionistas, parceiros e funcionários, mantendo o foco na operação para atender clientes.
A InPost informou que avalia ações legais adicionais e pretende prosseguir com as ações já movidas por violação de deveres fiduciários e apropriação indevida de recursos, para proteger a empresa e seus credores. A reportagem solicitou comentário à Shift, empresa controlada por Corlett, sem obter retorno imediato.
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