16 de jan 2025
Brasil avança na redução da pobreza infantil, mas desafios persistem em 21 estados
O Brasil reduziu a pobreza infantil, mas 55,9% ainda enfrentam privações. A educação piorou com a pandemia, com 30% de analfabetismo aos 8 anos. Disparidades regionais acentuadas: Norte e Nordeste têm altos índices de privação. O Bolsa Família ajudou 4 milhões a saírem da pobreza, mas ajustes são necessários. A insegurança alimentar persiste, com Maranhão melhorando e São Paulo piorando.
Trabalho infantil volta a crescer no país (Foto: Marcelo Casal/Agência Brasil)
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O Brasil apresentou uma redução no número de crianças e adolescentes entre zero e 17 anos vivendo na pobreza, conforme o estudo "Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil — 2017 a 2023", divulgado pelo UNICEF. Apesar da diminuição de 13 milhões para 9,8 milhões na pobreza extrema, 21 estados ainda têm mais de 50% dessa população enfrentando privações em áreas como renda, educação e segurança alimentar. O estado de São Paulo se destaca com 31,5% de crianças em privação, totalizando 3,3 milhões de indivíduos.
Os dados revelam que a pobreza multidimensional afeta mais intensamente as regiões Norte e Nordeste, onde estados como Piauí apresentam mais de 90% de crianças e adolescentes em situação de privação. O estudo ressalta que as disparidades regionais refletem a desigualdade no acesso a serviços essenciais, como saúde e educação. A chefe de políticas sociais do UNICEF, Liliana Chopitea, enfatiza que, embora as políticas públicas tenham avançado, é necessário um enfoque mais abrangente para garantir o desenvolvimento integral dessa população.
Em relação à educação, o estudo aponta que o Brasil ainda não se recuperou dos impactos da pandemia. O percentual de crianças de 8 anos não alfabetizadas aumentou de 14% em 2019 para 30% em 2023. As desigualdades de aprendizagem são evidentes, com crianças de áreas rurais e de famílias de baixa renda enfrentando maiores dificuldades. Chopitea destaca a importância de políticas focadas para mitigar esses efeitos e garantir o direito à alfabetização.
Além da educação, o estudo analisa outras dimensões essenciais para o bem-estar infantil, como renda e acesso a serviços básicos. A pesquisa, que utiliza dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), é a quarta edição do levantamento e evidencia a necessidade de ações coordenadas em todos os níveis de governo para enfrentar os desafios persistentes na infância e adolescência no Brasil.
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