Falta de controladores de tráfego aéreo nos EUA gera atrasos e preocupa setor aéreo

A escassez de controladores de tráfego aéreo nos Estados Unidos atinge níveis alarmantes, com 10.800 profissionais certificados em comparação à necessidade de 14.633. Nick Daniels, presidente da National Air Traffic Controllers Association, alertou que qualquer interrupção, como uma paralisação do governo, pode prejudicar a capacidade de voos seguros. Embora a falta de pessoal não seja uma novidade, incidentes recentes, como a colisão fatal entre um jato regional da American Airlines e um helicóptero do Exército, destacam a urgência de preencher essas vagas.

A Administração Federal de Aviação (FAA) já limitou voos em áreas congestionadas, como Nova York, devido à insuficiência de controladores. Scott Kirby, CEO da United Airlines, afirmou que 68% dos atrasos em dias sem problemas climáticos foram causados por restrições de controle de tráfego. Ele enfatizou que a subcontratação resulta em atrasos diários na cidade, independentemente das condições meteorológicas.

Em resposta à crise, a FAA lançou a Enhanced Air Traffic Collegiate Training Initiative, permitindo que instituições qualificadas ofereçam treinamento equivalente. A Embry-Riddle Aeronautical University foi recentemente certificada, tornando-se a quarta escola a participar do programa. Além disso, o secretário de Transporte, Sean Duffy, anunciou um aumento de US$ 5 por hora para os trainees na academia principal da FAA, visando atrair mais candidatos.

A situação é agravada pela obsolescência dos sistemas da FAA, com computadores ainda baseados em Windows 95 e disquetes. Após uma falha em um sistema essencial em 2023 que causou o cancelamento de milhares de voos, o Government Accountability Office identificou que 51 dos 138 sistemas da FAA precisam ser modernizados. A falta de tecnologia e de pessoal qualificado continua a impactar a eficiência do setor aéreo nos Estados Unidos.