Voo da Blue Origin gera debate sobre definição de astronauta e critérios de qualificação

O recente voo da Blue Origin, que contou com a participação de mulheres como Katy Perry e Gayle King, reacendeu a polêmica sobre a definição de astronauta. O ex-secretário de Transportes dos EUA, Sean Duffy, criticou o uso do título para as passageiras, afirmando que elas não atendem aos critérios da Administração Federal de Aviação (FAA).

Historicamente, o status de astronauta foi concedido a pilotos que voaram acima de oitenta quilômetros de altitude. O voo da Blue Origin atingiu 106 quilômetros, enquanto a Virgin Galactic alcançou 85 quilômetros. A Blue Origin defende que a Linha Kármán, estabelecida em 100 quilômetros, é o limite do espaço, embora essa definição não seja universalmente aceita.

As reações ao voo foram intensas. Gayle King comparou a experiência ao histórico lançamento de Alan Shepard, o primeiro americano no espaço. No entanto, as críticas se intensificaram, com Katy Perry expressando que se sentiu "maltratada" pelas reações. Duffy argumentou que, como o New Shepard é automatizado, os passageiros não são considerados tripulantes, o que os exclui da designação de astronauta.

A discussão sobre o que define um astronauta é complexa. Algumas definições incluem qualquer pessoa que tenha viajado ao espaço, enquanto outras exigem que o indivíduo contribua para a segurança do voo. A Blue Origin e a Virgin Galactic não realizam pesquisas científicas durante os voos, o que levanta questões sobre a qualificação dos passageiros.

A importância dessa discussão se estende além do título. Questões legais sobre responsabilidade em caso de incidentes durante os voos também estão em pauta. À medida que mais pessoas viajam ao espaço, a definição de astronauta e suas implicações legais se tornam cada vez mais relevantes.